O iOS 18.1 provoca reinicialização automática quando seu iPhone fica inativo por muito tempo
Uma funcionalidade oculta no iOS 18.1 faz com que um iPhone bloqueado reinicie automaticamente quando estiver em repouso e não tiver sido desbloqueado por um tempo.
O iOS 18.1 trouxe uma novidade que passou despercebida por muitos, mas que teoricamente reforça a segurança dos usuários: uma funcionalidade que faz com que o iPhone reinicie automaticamente quando está bloqueado e não é desbloqueado por um período prolongado.
Essa medida, chamada de “reinicialização por inatividade”, parece ter sido pensada para proteger os dados do usuário.
Mas a Apple não contou sobre essa função para ninguém e pegou de surpresa forças policiais que estavam tentando extrair dados de aparelhos confiscados de criminosos.
O que é a reinicialização por inatividade?
A funcionalidade de reinicialização por inatividade no iOS 18.1 faz com que um iPhone bloqueado reinicie automaticamente após ficar inativo por um período prolongado, mesmo que não esteja conectado a uma fonte de energia ou rede.
Esse período de inatividade foi identificado como aproximadamente quatro dias, ou 96 horas.
A ideia por trás dessa funcionalidade é reforçar a proteção do dispositivo contra acessos indesejados e tentativas de quebra de segurança.
De forma semelhante ao “modo de hibernação” encontrado nos Macs, a reinicialização limpa o estado atual do dispositivo, garantindo que ele volte ao estado “Antes do Primeiro Desbloqueio” (BFU), uma condição em que nenhum aplicativo ou conteúdo permanece aberto.
Isso aumenta a dificuldade de invasores ou entidades que tentem acessar dados utilizando ferramentas forenses.
Como funciona a reinicialização por inatividade?
A reinicialização por inatividade é acionada com base em um temporizador interno que começa a contar a partir do último desbloqueio do dispositivo.
Quando o iPhone permanece bloqueado e não é desbloqueado novamente por um período de 96 horas, a reinicialização é iniciada. Importante destacar que essa funcionalidade não depende de conexão de internet, bateria ou carregamento, garantindo que o recurso funcione de forma autônoma.
O termo “inatividade” refere-se ao período em que o dispositivo está adormecido (em repouso) e não foi desbloqueado por seu dono.
Essa reinicialização automática coloca o iPhone em um estado que requer uma senha para o desbloqueio completo, conhecido como “Antes do Primeiro Desbloqueio” (BFU), onde os dados são mais difíceis de acessar.
O que é o BFU do iPhone
Provavelmente você já deve estar familiarizado com a nomenclatura “modo DFU“, bastante comum para a restauração do iPhone. Mas existem outros processos no aparelho além desse.
Os estados de segurança AFU (Após o Primeiro Desbloqueio) e BFU (Antes do Primeiro Desbloqueio) são fundamentais para entender a eficácia dessa nova funcionalidade.
Quando um dispositivo está no estado AFU, alguns dados já foram descriptografados e são mais acessíveis para quem utiliza ferramentas de desbloqueio, como o conhecido GrayKey.
No estado BFU, por outro lado, a maioria dos dados permanece criptografada, e o dispositivo está em um nível de proteção muito mais alto.
De acordo com Christopher Vance, especialista forense da Magnet Forensics (que recentemente comprou a empresa israelence que produz o GrayKey), o código dessa funcionalidade foi identificado e descrito como um temporizador de inatividade.
Esse recurso ajuda a evitar que dispositivos em estado AFU fiquem expostos por longos períodos, reiniciando-os automaticamente para BFU e, assim, aumentando a proteção contra ataques de força bruta ou tentativas de exploração.
Como o bloqueio funciona
Se um iPhone for roubado, por exemplo, essa função impede que os ladrões possam manter o dispositivo ativo indefinidamente para tentar acessá-lo com técnicas de quebra de segurança.
O renomado criptógrafo Matthew Green, da Universidade Johns Hopkins, ressaltou a importância dessa funcionalidade: “O verdadeiro risco aqui não são as autoridades, mas as pessoas que roubam seu iPhone com intenções malignas. Essa funcionalidade garante que, se o seu telefone for roubado, os ladrões não possam mantê-lo em funcionamento até desenvolverem tecnologia suficiente para decifrá-lo.”
Além disso, Green acredita que o impacto dessa funcionalidade na experiência do usuário é mínimo: “A reinicialização após um período razoável de inatividade provavelmente não incomoda ninguém, mas torna o telefone muito mais seguro.”
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