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Como Vender a Lua é um filme que promete bem mais do que entrega (★★★✩✩)

O filme sofre por sua falta de direção clara, deixando o espectador perdido entre o humor e a seriedade. Mesmo assim vale a pena ser visto.

Essa semana estreou na Apple TV+ o filme Como Vender a Lua (Fly Me to the Moon), com a atriz Scarlett Johansson como uma publicitária astuta e Channing Tatum como um idealista diretor de lançamento da NASA.

O roteiro de Rose Gilroy mistura fatos históricos com um toque fictício, explorando o marketing por trás da Apollo 11 e as tensões da época.

Enquanto o tema é intrigante para quem ama as histórias da corrida espacial da década de 60 (provavelmente o mesmo público da série “For All Mankind“), a história acaba perdendo força ao tentar nos empurrar uma história romântica de um casal sem química.

Apesar das intenções ambiciosas, o resultado é um filme que, em sua tentativa de ser tudo ao mesmo tempo, acaba sendo menos do que poderia ser.

A história

A trama acompanha Cole Davis (Channing Tatum), diretor de lançamento da NASA, um homem dedicado ao programa Apollo.

Ao mesmo tempo, conhecemos Kelly Jones (Scarlett Johansson), uma diretora criativa que é recrutada pelo Governo de Nixon para criar uma campanha publicitária capaz de transformar as missões Apollo em algo irresistível para o público americano.

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Claro que o destino coloca os dois juntos, e é aí que as faíscas começam a voar – pelo menos era o que deveria acontecer.

Em vez de explorar a química entre os protagonistas, o filme se perde em subtramas.

O problema maior é que a história nunca encontra seu tom. Tenta ser um pouco de tudo: comédia, romance, drama histórico e até sátira, mas não se compromete com nada disso.

O resultado é um filme que desperdiça a oportunidade de ser realmente memorável.

Elenco não aproveitado

Scarlett Johansson, como sempre, entrega uma atuação carismática e envolvente.

Sua personagem, Kelly, é espirituosa e cheia de atitude, e Johansson faz o possível para dar vida a ela, mesmo com um roteiro que não ajuda muito.

Channing Tatum, que geralmente brilha em papéis que misturam charme e humor, parece preso a um personagem sem profundidade, quase como se estivesse em um piloto automático.

Woody Harrelson aparece como o misterioso Moe Berkus, mas, apesar do potencial de seu papel, ele não tem tempo suficiente para realmente se destacar.

No final, o talento do elenco é ofuscado por uma história que não sabe como usá-los.

Brincando com as Teorias da Conspiração

No coração do enredo, há um elemento intrigante que deveria trazer frescor: a missão secreta de Kelly de contratar uma equipe para falsificar a chegada à Lua, caso a verdadeira falhe.

Não sei se você sabe, mas até hoje há quem não acredite que o homem tenha pousado algum dia na Lua. Há teorias na internet que insistem em querer provar que as imagens fotográficas (e em vídeo) da missão Apollo 11 na Lua foram todas filmadas na Terra, em estúdios secretos.

E o filme brinca com isso, trazendo para a história esta visão, com um toque de humor.

Mas as piadas acabam sendo superficiais e a ideia é desenvolvida sem a ousadia ou a profundidade necessárias para realmente engajar o público.


Entre altos e baixos emocionais

O filme se destaca em momentos de comédia leve e nostálgica, mas tropeça quando tenta se aprofundar no drama.

As cenas em que Kelly e Cole confrontam seus demônios pessoais são longas e didáticas, drenando a energia do que deveria ser um filme dinâmico.

Para piorar, o ato final se estende desnecessariamente, perdendo o ritmo e deixando o público ansiando por um desfecho mais conciso.

O filme foi avaliado com 65% no Tomatômetro do RottenTomatoes, que é uma das plataformas de críticas de cinema e TV mais populares do mundo.


O que “Como Vender a Lua” nos deixa

Como Vender a Lua” tem os ingredientes para ser algo especial, mas acaba não entregando o que prometia.

A estética dos anos 1960 é vibrante, Johansson entrega uma performance que vale a pena assistir, e o conceito central é intrigante.

Mas a execução perde o foco, resultando em um filme que luta para encontrar seu lugar entre a comédia e o drama, entre o passado e a crítica contemporânea.

Talvez o maior mérito do filme seja nos lembrar que hoje vemos o pouso do homem na Lua como um momento histórico e marcante, mas que na época sofria ceticismo do público e muitas forças políticas contra.

A crítica do Governo gastar milhões em viagens espaciais enquanto havia tantos problemas para serem resolvidos na Terra é muito similar ao que vemos hoje em dia em outros temas. E até nos faz questionar sobre quantos momentos históricos estão deixando de existir por decisões políticas equivocadas.


Vale a pena assistir?

Apesar do visual incrível e de um elenco cheio de talento, o filme nunca consegue decidir o que quer ser.

Porém, para quem é fã de Scarlett Johansson ou gosta de revisitar a corrida espacial, pode valer uma conferida, mas vá com expectativas baixas.

Se eu fosse você, assistiria, pois os pontos interessantes valem a reflexão. Depois me conta aqui nos comentários se concorda com meu ponto de vista ou não. 😉👍

Se você nunca assinou o Apple TV+, saiba que tem 7 dias grátis para assistir o que quiser.

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