Se WeChat for banido nos EUA, iPhone poderá ter 30% de queda nas vendas mundiais
Muito se comenta nos últimos dias sobre a atitude do governo Trump de proibir que empresas norte-americanas trabalhem com a chinesa Tencent, dona do aplicativo de mensagens WeChat.
Segundo o analista Ming-Chi Kuo, isso pode representar uma queda de 30% na venda global de iPhones.
Parece algo impressionante, mas o fato é que, na China, o WeChat domina o mercado. E quando se fala em “dominar”, não é nenhum exagero.
Se você acha que o WhatsApp é essencial na sua vida aqui no Brasil, na China a dependência pelo WeChat é muito maior. Lá, um celular sem esse aplicativo não serve praticamente para nada.
No país asiático, o WeChat não é útil apenas para conversar com outras pessoas sem pagar o custo do SMS, mas também funciona como método de pagamento. Ninguém mais anda com dinheiro no bolso, todas as compras informais ou em estabelecimentos comerciais são feitos pelo celular, por QR code. Até mesmo mendigos aceitam doações pelo WeChat.
Se a administração de Trump proibir que a Apple trabalhe com o WeChat, ela poderia ser obrigada a tirar o aplicativo da App Store. E isso, para um chinês, transformaria o iPhone em um aparelho que não serve para usar no dia a dia.
Kuo estima que, caso a proibição governamental impeça que a Apple tenha qualquer relação com a Tencent, a queda global nas vendas de iPhone poderia chegar a 30%.
E isso não afeta apenas o smartphone. Vendas de AirPods, Apple Watch e iPads também podem sofrer com isso, se transformando em um verdadeiro pesadelo para a Apple.
O impacto seria bem menor se a proibição se restringisse apenas ao território norte-americano. Se a Apple pudesse continuar oferecendo o WeChat apenas na China, a queda estimada por Kuo seria de “apenas” de 3% a 6%.
O WeChat já tentou se estabelecer no Brasil em 2013, quando investiu fortemente em campanhas publicitárias. Mas mesmo apresentando várias vantagens, não conseguiu superar o WhatsApp no país.