Presidente da Vivo chama WhatsApp de ‘pirataria pura’

Aplicativo de mensagens é visto pelas operadoras como ameaça ao modelo tradicional de telefonia

Por iLex

A chegada de novas tecnologias sempre desafia setores tradicionais, e o de telecomunicações é um dos que mais sente o impacto dessa transformação. O WhatsApp, aplicativo de mensagens e chamadas por internet, é hoje considerado uma das maiores ameaças aos serviços clássicos de voz e SMS das operadoras de telefonia.

Durante uma entrevista, o então presidente da Telefônica Brasil (dona da marca Vivo), Amos Genish, fez duras críticas ao funcionamento do aplicativo no país.

Segundo ele, o WhatsApp opera sem cumprir as mesmas regras fiscais, jurídicas e regulatórias impostas às teles, o que, em suas palavras, caracteriza uma espécie de “pirataria pura”.

“Não vai acontecer nunca uma parceria com o WhatsApp”

Genish afirmou que a Vivo evita qualquer tipo de parceria com o aplicativo, por uma questão de princípios.

O fato de trabalharem contra as leis brasileiras é pirataria pura, e uma parceria com eles não combina com a nossa lógica.”

O dirigente argumentou que o WhatsApp atua como uma operadora “sem licença” e que isso cria um precedente perigoso para a chegada de outras empresas semelhantes, sem supervisão das autoridades de telecomunicações.

Ele também levantou preocupações sobre o monitoramento de mensagens, alegando que a falta de regulamentação poderia facilitar o uso do serviço para atividades ilegais.

Falta de equilíbrio regulatório

Na mesma linha, José Felix, presidente da América Móvil Brasil (controladora da Claro), também expressou preocupação com a falta de “isonomia regulatória”.

Não sou contra, nem a favor, mas me preocupa a falta de equilíbrio.”

Segundo ele, é inegável que o WhatsApp causa impacto na receita das operadoras, especialmente nas áreas de voz e SMS, embora ainda não seja possível mensurar com precisão o tamanho das perdas.

A receita de chamadas tradicionais vem caindo nos últimos anos, e o uso crescente de aplicativos de comunicação baseados em internet apenas acelera essa tendência.

O embate entre operadoras e aplicativos como o WhatsApp reflete uma mudança estrutural no modo como as pessoas se comunicam.

Se antes cada ligação e mensagem passava pelas redes das teles, hoje o tráfego migra para plataformas de internet que operam globalmente, sem as mesmas obrigações locais.

Para o usuário de iPhone, essa transformação é parte natural da evolução digital: o WhatsApp e outros apps de mensagem centralizaram boa parte das interações pessoais e profissionais, reduzindo a dependência de números de telefone e planos de minutos.

Enquanto isso, as teles buscam se reinventar, oferecendo pacotes de dados mais robustos e novos serviços digitais para compensar a perda de relevância nas comunicações tradicionais.

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