O assunto sempre foi polêmico. Alguns aplicativos para iPhone (e obviamente, outros celulares) são capazes de informar a localização de radares de velocidade e blitz policiais nas estradas, o que é uma mão na roda para todo o viajante. Um exemplo bastante conhecido é o Trapster, que possui um banco de dados atualizado constantemente pelos próprios usuários (confira uma lista de aplicativos do tipo).
Algumas opiniões são contra, outras a favor deste tipo de ferramenta, mas o fato é que não há nenhuma lei que proíba isto, com muitos defendendo o direito do cidadão ter acesso às informações em tempo real. Mas se a localização de radares nas estradas é algo que pode ter mais de uma interpretação, o mesmo sendo feito com blitz policiais móveis é algo mais complicado eticamente. Isso porque o objetivo delas é (na teoria) proteger o cidadão, usado o “elemento surpresa” para identificar infratores, seja por consumo de álcool ou por outros motivos.
Alguns senadores americanos enviaram esta semana uma carta para a Apple, endereçada ao vice-presidente de Software Scott Forstall. Nela, o pedido de proibir na App Store aplicativos do gênero, que ajudem infratores a escapar dos controles policiais.
Mais de 10.000 americanos morrem por ano vítimas de acidentes que envolvem o álcool. Dar à motoristas bêbados uma ferramenta grátis para escapar das blitz policiais, colocando famílias e crianças inocentes em risco, é um assunto de interesse público. Esperamos que vocês levem em consideração nosso pedido de retirar de sua loja este tipo de aplicativo.
A Apple ainda não teve tempo para mostrar nenhuma reação, mas é muito provável que vários aplicativos atuais sejam barrados na App Store e, consequentemente, no resto do mundo, devido a este pedido direto. O perfil “moralista americano” sempre foi forte na Maçã (principalmente no que se refere a pornografia e drogas) e esse tipo de coisa é algo que Jobs não costuma colocar nenhuma resistência.
Os desenvolvedores do aplicativo Trapster até tentam retirar de sua base de dados, sempre que podem, informações sobre as blitz móveis, mas como são os usuários que a alimentam em tempo real, fica difícil o controle. A tendência é que esse tipo de utilitário fique cada vez mais limitado na loja da Apple.
A carta dos senadores se refere apenas às informações sobre o controle polícial temporário (blitz), não se referindo aos radares de velocidade, comuns até mesmo em aplicativos de GPS.