Neste 1º de agosto a Apple anunciou os resultados financeiros para o terceiro trimestre do ano fiscal de 2024, e embora tenha conseguido satisfazer as expectativas dos investidores com um crescimento sólido, alguns pontos de atenção levantaram preocupações.
A receita total da empresa cresceu 5% em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo a marca histórica de US$ 85,8 bilhões.
No entanto, as vendas de iPhone e a receita na China, dois pilares importantes para a empresa, mostraram sinais de fraqueza.
China: uma competição acelerada
Um dos principais desafios enfrentados pela Apple foi a queda na receita na China, um dos maiores mercados da empresa.
A receita caiu 6,3% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 14,7 bilhões.
A Apple enfrenta concorrência acirrada de fabricantes locais como a Huawei, que tem ganhado terreno com dispositivos competitivos em termos de preço e funcionalidades.
Apesar dessa queda, o CEO da Apple, Tim Cook, destacou durante a chamada de resultados com os investidores que os modelos de iPhone ainda são os mais vendidos nas áreas urbanas da China.
Isso sugere que, apesar da pressão competitiva, a Apple ainda mantém uma base de consumidores leal em regiões chave.
Vendas de iPhone: um declínio preocupante
Outro ponto de preocupação foi o desempenho das vendas de iPhones, que apresentaram uma leve queda.
A receita gerada pelo iPhone caiu de US$ 39,67 bilhões no terceiro trimestre de 2023 para US$ 39,30 bilhões no mesmo período deste ano.
Essa queda marca uma tendência preocupante, já que o iPhone tradicionalmente é o carro-chefe da Apple, responsável por uma grande parcela de sua receita.
Essa redução também resultou em uma menor participação do iPhone na receita total da empresa, a menor em quase quatro anos.
Esse declínio é significativo, pois reflete uma possível saturação do mercado ou desafios na adoção de novos modelos, especialmente em meio a um ambiente competitivo e econômico mais desafiador.
iPad e serviços em alta
Embora o desempenho do iPhone e na China tenham sido preocupantes, a Apple conseguiu compensar essas quedas com o forte desempenho de outros segmentos.
Um dos destaques foi o crescimento substancial na receita de iPads, que subiu quase 24%, atingindo US$ 7,16 bilhões.
Este aumento pode ser atribuído ao lançamento de importantes atualizações nos modelos de iPad durante o terceiro trimestre de 2024, que foram bem recebidas pelos consumidores.
Além disso, o segmento de serviços da Apple, que inclui ofertas como Apple TV+, Apple Music, iCloud e a App Store, continuou a mostrar um crescimento robusto, com a receita subindo 14% em comparação com o ano anterior.
Este crescimento contínuo dos serviços é uma parte crucial da estratégia da Apple para diversificar suas fontes de receita e reduzir a dependência do iPhone.
Outros produtos: Apple Watch e Macs
Outras categorias de produtos da Apple tiveram desempenhos variados durante o trimestre.
A categoria “Vestíveis, Casa e Acessórios”, que inclui dispositivos como o Apple Watch, AirPods e acessórios para casa, teve uma leve queda de 2% na receita, atingindo US$ 8,1 bilhões.
Em contraste, as vendas de Macs subiram 2%, totalizando cerca de US$ 7 bilhões.
A Apple destacou que uma grande porcentagem dos compradores de Apple Watch e iPads durante o trimestre eram novos usuários dessas categorias de produtos.
Isso sugere que esses mercados ainda não estão saturados, oferecendo oportunidades de crescimento futuro para a empresa.
Inovações em IA e Realidade Aumentada
Durante a chamada com os investidores, Tim Cook também dedicou tempo para falar sobre as próximas inovações que a Apple está trazendo ao mercado.
Ele destacou a “Apple Intelligence“, uma suíte de recursos de inteligência artificial generativa que será lançada com o iOS 18.1 no segundo semestre.
A Apple acredita que essa nova tecnologia será um diferencial importante para impulsionar as vendas dos modelos mais recentes de iPhone, já que esses recursos não estarão disponíveis em dispositivos anteriores ao iPhone 15 Pro.
Além disso, Cook compartilhou entusiasmo pelo Apple Vision Pro, um produto de realidade aumentada que promete transformar a maneira como os usuários interagem com o conteúdo digital.
Apesar de não ter compartilhado números específicos de vendas, Cook mencionou que mais de 2.500 aplicativos espaciais nativos já foram lançados para o Vision Pro, indicando um crescente interesse dos desenvolvedores na plataforma.
