iPhone despenca na China: vendas caem quase 50% em março
Nova queda nas vendas do iPhone confirma perda de espaço da Apple na China, com remessas caindo quase 50% em relação ao ano passado.

As vendas do iPhone na China continuam em queda livre. Segundo dados divulgados pela Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação (CAICT), as remessas de smartphones de marcas estrangeiras — dominadas pela Apple — caíram impressionantes 49,6% em março de 2025 na comparação anual.
Foram apenas 1,89 milhão de unidades, contra 3,75 milhões no mesmo mês do ano passado.
Essa queda derruba a participação da Apple no mercado chinês para cerca de 8%, enquanto as marcas locais agora controlam 92% das remessas de smartphones no país.
Queda já havia sido antecipada
O Blog do iPhone já havia noticiado anteriormente a perda de espaço da Apple na China, com sinais de desaceleração observados no final de 2024.
Em um artigo anterior, mostramos como as tensões geopolíticas, o fortalecimento das marcas chinesas e políticas governamentais estavam afetando as vendas do iPhone.
Agora, os números de março confirmam que a situação se agravou.
Apple cai para 5ª colocada no ranking chinês
De acordo com a consultoria Counterpoint Research, a Apple caiu para a quinta posição entre as fabricantes mais vendidas na China:
- Huawei: 19,4%
- Vivo: 17%
- Xiaomi: 16,6%
- Oppo: 14,6%
- Apple: 14,1%
A grande virada vem da Huawei, que ressurgiu com força após sanções dos EUA, apostando em chips próprios e em seu novo sistema operacional, o HarmonyOS Next, que não depende do Android.
Políticas do governo chinês favorecem marcas locais
Outro fator que pressiona a Apple são os subsídios do governo chinês, que oferecem 15% de reembolso na compra de eletrônicos abaixo de 6.000 yuans (cerca de US$ 820).
O preço inicial do iPhone 16 é justamente 5.999 yuans, o que tecnicamente o qualifica, mas coloca o modelo básico em uma disputa difícil com aparelhos locais mais baratos e amplamente beneficiados pela política.
Apple reage com cortes de preço
Diante do cenário, a Apple já começou a reagir. Segundo a imprensa chinesa, a empresa estaria aplicando descontos nos modelos iPhone 16 Pro em preparação para o festival de compras “618”, um dos maiores eventos de vendas online do país.
Tim Cook, CEO da Apple, reconheceu os desafios durante a última teleconferência de resultados, mencionando que a receita na região da Grande China caiu 2% no trimestre encerrado em março de 2025.
Apesar da queda, o resultado é menos severo que o recuo de 11% registrado no final de 2024.
Atraso em IA generativa também pesa
Especialistas apontam ainda que a Apple está em desvantagem no mercado chinês pela adoção mais lenta de recursos de inteligência artificial generativa, tecnologia que tem se tornado um diferencial competitivo nas marcas locais.
Desde que Tim Cook assumiu como CCO e depois CEO da empresa, a China já foi um dos pilares do crescimento global da Apple, mas os ventos mudaram.
Com políticas locais favorecendo fabricantes nacionais e uma concorrência cada vez mais forte e tecnológica, a Apple enfrenta um dos seus momentos mais desafiadores no maior mercado de smartphones do mundo.
