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Apple perde espaço na China enquanto Xiaomi e Huawei crescem com ajuda do governo

Apple enfrenta resistência na China com queda de 9% nas vendas do iPhone.

O primeiro trimestre de 2025 não trouxe boas notícias para a Apple no mercado chinês.

Embora o país tenha registrado crescimento nas vendas de smartphones, com um aumento de 3,3% em relação ao ano anterior, a participação da Apple caiu 9%, indo de 10,8 para 9,8 milhões de unidades vendidas.

Em contrapartida, concorrentes como Xiaomi e Huawei dispararam em participação de mercado — resultado direto de políticas governamentais que impulsionaram os players locais.

Imagem © Apple

Xiaomi reassume liderança após quase uma década

Segundo a IDC, a Xiaomi voltou ao topo do mercado chinês, posição que não ocupava há quase 10 anos.

A marca conseguiu se beneficiar diretamente dos subsídios oferecidos pelo governo no início de 2025, voltados à compra de smartphones durante o período do Festival da Primavera.

A Huawei também se fortaleceu, aumentando sua fatia de mercado de 17% para 18%.

Ambas as empresas aproveitaram o momento em que os consumidores buscavam alternativas mais acessíveis — um nicho em que Apple tradicionalmente não compete.

Apple ficou de fora dos subsídios

Um dos principais fatores que explicam o recuo da Apple é justamente sua estrutura de preços premium.

A ajuda governamental para compra de celulares na China tem um teto de valor, o que elimina da equação a maioria dos modelos da marca, com exceção dos iPhones 16 e 16e.

Como os modelos Pro continuam sendo os mais procurados pelos fãs da Apple, mas não são elegíveis para os subsídios, acabaram sendo ignorados por muitos consumidores.

Além disso, a ausência do Apple Intelligence nos aparelhos vendidos no país tornou os iPhones menos atraentes quando comparados aos modelos de fabricantes locais, que já integram sistemas de inteligência artificial desenvolvidos dentro da própria China.

Sentimento antiamericano pesa

Mesmo que em menor escala do que em países como o Canadá, o sentimento de desconfiança em relação a produtos dos Estados Unidos também tem impacto no consumo na China.

E poucos produtos representam tão claramente a cultura americana quanto o iPhone.

Com empresas como Google, Meta e Amazon fora do território chinês, a Apple se torna alvo principal de críticas ou boicotes motivados por tensões políticas entre os dois países.

O futuro é incerto

Apesar do crescimento geral do mercado chinês — já são seis trimestres consecutivos em alta — analistas apontam que o cenário deve se tornar mais desafiador nos próximos meses.

Embora a isenção inicial aos smartphones e computadores às tarifas tenha oferecido algum alívio,
a política de Trump provocou retaliações da China, incluindo tarifas de 125% sobre produtos dos EUA e restrições à exportação de minerais raros essenciais para a indústria tecnológica.

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Leia também: ➜ Bloqueio chinês ameaça produção de iPhones fora do país

Essas medidas impactam diretamente a cadeia de suprimentos da Apple, que depende fortemente da China para a montagem de seus dispositivos, o que pode comprometer sua estabilidade e liderança no mercado global.

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