A Apple é bastante conhecida por contar com opções personalizadas para deficientes físicos em seus produtos. O que pouca gente sabe é que a companhia realiza parcerias com pessoas com necessidades especiais no desenvolvimento dessas ferramentas. Esse é o caso de Jordyn Castor, engenheira cega que é o símbolo da Apple para realizar avanços para deficientes no Mac e no iPhone.
A história de Jordan veio a público em uma recente entrevista ao site Mashable. Nascida prematuramente e cega, com expectativa de vida desacreditada pelos médicos, Jordyn sobreviveu. Seu familiares não queriam que ela levasse uma vida limitada e a incentivaram a mergulhar no estudo de informática. Desde criança, ela recebeu presentes tecnológicos de seus pais e rapidamente perceberam que ela tinha muita curiosidade pelo assunto.
“Resolvi criar códigos para que o computador cumprisse as tarefas que eu queria. Eu percebi que com meu conhecimento em computadores e tecnologia eu poderia ajudar a mudar o mundo das pessoas com deficiência“, diz Castor.
Sua relação com Apple começou em 2015, quando se tornou estagiária da empresa, após participar de uma feira de empregos em Minneapolis. Assim ela entrou para equipe de soluções de acessibilidade para o VoiceOver. Posteriormente, foi contratada como engenheira de qualidade em projetos de acessibilidade.
A engenheira diz que seu trabalho está ligado não só às tecnologias que ajuda a criar, mas também à linguagem de braille. Segundo ela, a tecnologia não pode substituir o braille, mas sim complementar as opções dos deficientes visuais. “Eu uso Braille sempre que escrevo um código“, afirma.
As ideias de Jordyn tem ajudado a Apple a tornar seus produtos melhores para pessoas com algum tipo de deficiência. Em breve, o trabalho da engenheira fará parte de um sistema do Apple Watch que informa a hora através de vibrações.
Com o novo aplicativo do iOS 10, o Swift Playgrounds, ela pretende agregar a possibilidade de edição de códigos para comunidade de deficientes. “Isso vai permite que crianças mergulhem em códigos. Elas poderão usar o Swift Playgrounds com auxilio do VoiceOver para iniciar uma programação“.
A gerente sênior de política de acessibilidade global e iniciativas da Apple, Sarah Herrlinger, acrescenta que a empresa tem ampliado sua dedicação na inclusão social de pessoas com deficiência. Segundo ela, as ferramentas de acessibilidade da Apple podem ajudar esses usuários a gastar menos. “Os recursos estão no sistema (iOS e Mac) independente de você precisar deles“. Dessa maneira, o deficiente não está pagando mais caro por um produto específico, como acontece normalmente em produtos para esse público.
A história de Jordyn Castor vem ganhando destaque não apenas dentro da Apple. Recentemente, ela foi palestrante em um evento da entidade de defesa dos direitos dos cegos (National Federation of the Blind), onde falou sobre seu trabalho no mundo da tecnologia. Ela diz que tem uma mensagem simples para as próximas gerações de programadores cegos: “A cegueira não nos define. Ela é parte de quem você é como pessoa, mas não define você ou o que você pode fazer na vida“, conclui.
Confira a íntegra da entrevista (em inglês) no site do Mashable.