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Pesquisa revela que brasileiros estão demorando mais para trocar de celular

Uma pesquisa recente lançou luz sobre o comportamento dos brasileiros em relação à troca de celulares, e os resultados mostram uma mudança notável nos hábitos de consumo.

Antes da pandemia da COVID-19, trocar de smartphone todo o ano era comum para muitos brasileiros. Mas agora, a tendência aponta para um período de espera significativamente mais longo.

A pesquisa, realizada pela consultoria GfK ao longo de 2022 com 7.784 entrevistados, revelou que dos 30 milhões de celulares vendidos no varejo no Brasil no ano passado, surpreendentes 22 milhões representaram substituições por modelos similares. Apenas 8 milhões foram atualizações para dispositivos mais avançados, e apenas 1,7 milhão marcaram a primeira compra de um celular em 2022.

Os números refletem uma mudança profunda no mercado de dispositivos móveis no país.

A pesquisa também apontou que 2,5 milhões de unidades foram adquiridas como um segundo aparelho para o mesmo consumidor, enquanto 4 milhões de unidades foram compradas para substituir celulares perdidos ou roubados.

O diretor de consultoria e varejo da GfK para a América Latina, Fernando Baialuna, comentou sobre essa mudança de paradigma: “Desde 2019, o mercado brasileiro de celulares amadureceu consideravelmente, e chegamos a uma situação em que praticamente toda a população possui smartphones.

Um dos principais fatores que contribuem para essa mudança é a demora na troca devido ao crédito caro e escasso no varejo.

As altas taxas de juros e o aumento da inadimplência têm dificultado a aquisição de novos smartphones para muitos consumidores.

O primeiro semestre de 2023 também registrou uma queda notável nas vendas de celulares no Brasil, com uma redução de 12,5% em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com dados da GfK.

Essa tendência de retração é acompanhada globalmente, com a consultoria Counterpoint Research prevendo uma queda de 6% nas vendas de celulares em 2023 em relação ao ano anterior.

Outro fator que contribui para a demora na troca é a maturidade do mercado brasileiro, onde a maioria dos habitantes já possui um celular.

Dessa forma, a substituição do aparelho ocorre geralmente quando ele apresenta defeitos graves ou é perdido.

A pesquisa realizada no primeiro trimestre de 2023 pela GfK com mais de 9 mil consumidores brasileiros revelou que o tempo médio de troca de smartphones está entre dois anos e mais de dois anos para a maioria dos brasileiros.

Em 2019, apenas 32,3% dos entrevistados afirmaram trocar o aparelho após mais de dois anos de uso, enquanto em 2023 esse número aumentou para 44%.

Os consumidores brasileiros também estão se tornando mais seletivos ao escolherem seus novos smartphones.

Conectividade 5G, boa capacidade de memória, câmeras de qualidade e baterias de longa duração são características cada vez mais valorizadas.

Embora os preços dos smartphones variem amplamente, com modelos topo de linha custando milhares de reais, a opção de trocar o celular usado como parte do pagamento por um novo está ganhando força no mercado.

Essa prática é oferecida por algumas empresas, como a Samsung e algumas revendas da Apple, e promove a sustentabilidade dos smartphones, além de tornar a atualização para um dispositivo mais recente mais acessível.

Essa relutância crescente em trocar de celular com a mesma frequência que faziam no passado representa um desafio para os fabricantes do setor, que agora precisam buscar estratégias inovadoras para atrair os consumidores e manter o mercado dinâmico.

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Valor
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