Usuários da União Europeia não conseguem acessar o Threads nem mesmo via VPN
A Meta confirmou que está bloqueando usuários da União Europeia (UE) de acessarem o Threads por meio de redes virtuais privadas (VPN). Essa medida tem gerado insatisfação entre os usuários europeus, já que conteúdos, notificações e perfis não são carregados corretamente.
De acordo com o consultor Matt Navarra, alguns usuários relatam que ainda conseguem utilizar o Threads com uma VPN se já estiverem previamente cadastrados, mas não se sabe até quando isso será permitido.
Em comunicado oficial, a Meta afirmou estar adotando “medidas adicionais” para impedir o acesso ao Threads nos países europeus onde o aplicativo não está disponível.
“O Threads está atualmente indisponível na maioria dos países europeus e tomamos medidas adicionais para impedir que pessoas desses países acessem o Threads. A Europa continua sendo um mercado muito importante para a Meta e esperamos poder disponibilizar o Threads em mais países no futuro”
No entanto, a Meta não especificou um prazo para novos lançamentos, sendo que o aplicativo ainda está em estágio inicial.
Aliás, para quem pretende ser o substituto do Twitter, o Threads ainda precisa percorrer um longo caminho.
Não há suporte nem mesmo à hashtags, algo que o Twitter tornou padrão na internet. A timeline também é bastante confusa, empurrando pessoas que você não segue e, muitas vezes, nem quer seguir.
Quem é acostumado com o Twitter (e gosta dele), ainda não consegue ficar a vontade justamente porque tudo ainda falta ser implementado. Já os usuários que vem do Instagram, ainda precisam se adaptar a um formato em que o texto tem mais relevância que a imagem.
Enfim, como dito, há ainda muito trabalho a se fazer para o Threads ficar… razoável.
A Meta não cuida da privacidade do usuário
O Threads está disponível para usuários de mais de 100 países, incluindo Estados Unidos e Brasil, mas não está disponível na UE. E isso tem um motivo bastante específico.
O Threads ainda não consegue apresentar uma estrutura que preserve a privacidade dos usuários, da forma como as leis europeias exigem.
Além disso, ele é construído com base na infraestrutura do Instagram e pode importar dados dessa plataforma, algo que vai contra o Digital Markets Act, que entrará em vigor em 2024.
Para piorar (para Zuckerberg), a UE determinou que a Meta precisa obter permissão para exibir anúncios personalizados, o que pode adicionar mais complicações. A plataforma ainda não tem anúncios, mas todo mundo sabe que é só uma questão de tempo.
Em resumo, a Meta não quis perder o momento crítico para o Twitter e entregou uma solução que parece não estar finalizada.
Expansão rápida
O Threads já acumulou 100 milhões de usuários em menos de uma semana e já é considerado a maior ameaça ao Twitter.
O CEO Mark Zuckerberg observa que o crescimento até o momento tem sido “orgânico”, sem publicidade ou outras táticas promocionais conhecidas.
Embora não esteja claro se o uso se manterá a longo prazo, uma expansão para a UE poderia sustentar esse momentum.
Analistas externos acreditam que o tráfego do Twitter já está diminuindo devido a usuários experimentando ou migrando para o Threads.