Amazon Alexa terá IA generativa, mas só para quem pagar uma assinatura mensal
Parece que, mesmo atrasada na IA, a Apple andou mexendo com o mercado após anunciar a nova Siri na WWDC.
A Amazon está desenvolvendo uma nova versão do seu assistente virtual, Alexa, que utilizará inteligência artificial generativa.
A novidade, conhecida internamente como “Remarkable Alexa”, promete oferecer funcionalidades avançadas e interações mais naturais com os usuários.
Entretanto, ao contrário das versões anteriores, essa nova tecnologia poderá ser acessada apenas mediante pagamento de uma assinatura mensal.
Primeira grande reformulação desde 2014
Segundo fontes da Reuters, o projeto, denominado “Banyan”, tem como objetivo revitalizar o Alexa, que apesar de ser um dos pioneiros no mercado de assistentes virtuais, ficou atrás de concorrentes em termos de capacidades tecnológicas.
A nova versão permitirá que o assistente realize ações mais complexas e se engaje em conversas contínuas, sem a necessidade de repetidas ativações pelo comando “Alexa”.
Além disso, o Remarkable Alexa poderá aprender hábitos dos usuários para automatizar tarefas, como ligar a cafeteira pela manhã ou sintonizar a TV em um programa específico.
Integração com automação residencial
A Amazon também pretende ampliar as capacidades de automação residencial do Alexa, que atualmente é o maior uso dela entre os usuários.
O Remarkable Alexa será capaz de aprender preferências dos usuários para gerenciar dispositivos inteligentes de forma mais eficiente.
Contudo, para aproveitar ao máximo essas funcionalidades, os consumidores poderão precisar adquirir dispositivos adicionais compatíveis com Alexa.
Estrutura de preços e acesso
A Amazon está considerando uma estrutura de preços em dois níveis, com uma versão gratuita e outra paga.
A versão paga, com preço entre 5 e 10 dólares mensais, incluirá funcionalidades mais avançadas, como a capacidade de compor e enviar e-mails, fazer pedidos de comida e fornecer conselhos de compras.
No entanto, a Amazon não planeja incluir o acesso ao novo Alexa no pacote de assinatura Prime, que custa R$ 19,90 por mês.
A introdução da assinatura paga visa transformar o Alexa em uma fonte de receita para a Amazon, uma vez que o assistente, até o momento, não contribuiu de forma significativa para os lucros da empresa.
E isso é relevante, pois muitos culpam justamente o pouco retorno financeiro pela pífia evolução da Alexa na última década.
Apesar do Alexa ser amplamente utilizada para tarefas básicas, ele não se mostrou eficaz em incentivar compras diretas na plataforma da Amazon, que era uma das expectativas iniciais da empresa.
Dará certo?
Apesar das novas funcionalidades prometidas, alguns funcionários da Amazon expressaram ceticismo sobre a disposição dos consumidores em pagar por um serviço que atualmente é gratuito.
Além disso, a empresa enfrenta desafios técnicos, como a ocorrência de “alucinações” da IA, que podem produzir informações falsas ou enganosas.
O sucesso dessa reformulação é considerado crucial para o futuro do Alexa, que é uma das marcas mais associadas à Amazon, junto com Prime, Kindle e dispositivos Fire.
A capacidade do Remarkable Alexa de gerar receita significativa será um fator determinante para a continuidade e evolução do serviço.
O lançamento do Remarkable Alexa está previsto para ocorrer em agosto deste ano, nos Estados Unidos. Ainda não há previsão para a implementação em outros países, como o Brasil.
Agora é ver se o modelo de assinaturas e a eficácia da IA da Amazon realmente farão com que o serviço evolua. Porque o grande problema da IA hoje é justamente esse: confiança.
Se a empresa entrega algo na correria que ainda não está completamente pronto, só para dizer que lançou antes da Apple Intelligence, pode por a perder toda a sua credibilidade e o que seria algo para salvar o negócio, acaba decretando o seu fim.