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O iPhone 16 está superando as vendas de seu predecessor, o iPhone 15, no mesmo período de lançamento, segundo revelações de Tim Cook durante a apresentação dos resultados trimestrais da Apple.
O CEO atribui parte desse desempenho à Apple Intelligence, o conjunto de recursos de IA que a empresa vem promovendo como carro-chefe da nova geração de dispositivos.
Mas essa estratégia, ao mesmo tempo que é ousada, pode trazer riscos a médio prazo.
Cook destacou que países onde o Apple Intelligence já está disponível — como EUA e nações europeias — registraram crescimento nas vendas em comparação com 2023.
Já em mercados como a China, onde o recurso ainda não foi lançado, o desempenho foi mais modesto.
Inicialmente, se você for pensar, esses resultados validam a aposta da Apple em vincular diretamente a atratividade de seus dispositivos a avanços em inteligência artificial, mesmo que a implementação ainda esteja em fase inicial.
A ironia, porém, está nos detalhes: o iPhone 16 chegou às lojas em setembro sem nenhuma funcionalidade do Apple Intelligence. E mesmo com as atualizações recentes, como integração com ChatGPT, criação de imagens e Genmoji, alguns recursos prometidos continuam ausentes.
A Siri, renovada com um design mais intuitivo, ainda não opera em todo seu potencial contextual — promessa que só deve ser cumprida em abril, com o lançamento do iOS 18.4.
Enquanto isso, a Apple enfrenta desafios logísticos e regulatórios.
Na Indonésia, o iPhone 16 está proibido de ser vendido há semanas, sem explicações claras do governo local.
Além disso, a concorrência de empresas de IA, como a chinesa DeepSeek — que vem desafiando até gigantes como NVIDIA e OpenAI — pressiona a Apple a acelerar sua inovação sem comprometer a segurança e a integração vertical, pilares de sua marca.
Para alguns analistas, a estratégia da Apple é um jogo de expectativas.
Ao anunciar o Apple Intelligence antes de sua conclusão, a empresa cria um “efeito pré-venda”, mantendo consumidores e investidores focados em atualizações futuras.
O risco, claro, é que a demora em entregar funcionalidades cruciais gere frustração.
Se o plano funcionará a longo prazo, só o tempo dirá. Dependerá de como a Apple equilibrará suas promessas com a execução técnica.
Por enquanto, as vendas do iPhone 16 sugerem que, mesmo em um mundo saturado de IA, a maçã ainda sabe como fisgar a atenção. Então podemos esperar que o iOS 19 deverá seguir a mesma fórmula: muitos anúncios na WWDC, mas com recursos que chegarão somente com o passar dos meses.