Finanças

Circle quer permitir pagamentos por NFC usando criptomoedas no iPhone

A Apple anunciou essa semana que permitirá que terceiros realizem pagamentos via NFC nos iPhones, o que abriu espaço para uma forte competição no setor.

A Circle, empresa por trás da stablecoin USDC, já manifestou interesse em entrar nesse mercado de pagamentos tradicionais.

A mudança no ecossistema da Apple

Com o lançamento do iOS 18.1, a Apple permitirá que desenvolvedores integrem transações contactless diretamente em aplicativos, desde que cumpram determinados critérios e paguem uma taxa de serviço.

Essa abertura representa uma mudança significativa na estratégia da empresa, que até agora mantinha um controle quase absoluto sobre os pagamentos em seus dispositivos, principalmente por meio do Apple Pay.

A oportunidade para as stablecoins

Com a nova política da Apple, as stablecoins – criptomoedas projetadas para manter um valor estável em relação a uma moeda fiduciária – poderão se tornar protagonistas no universo dos pagamentos digitais.

A Circle, empresa responsável pela USDC, já se posicionou para aproveitar essa oportunidade.

Segundo Jeremy Allaire, CEO da Circle, a integração da USDC nos pagamentos via dispositivos Apple poderia acontecer em breve.

Isso não apenas ampliaria os casos de uso da stablecoin, mas também a tornaria uma opção viável para transações cotidianas, afastando-a do nicho puramente cripto e aproximando-a do mainstream financeiro.

Stablecoins no Brasil

No Brasil, o uso de stablecoins tem crescido de forma notável, refletindo uma tendência global de adoção desses criptoativos.

As stablecoins, como o Tether (USDT) e o USDC, ambas com paridade em dólar, têm se destacado no mercado nacional, sendo amplamente utilizadas para transações e como reserva de valor.

Até mesmo fintechs populares, como o Nubank, oferecem a opção de compra de USDC em sua plataforma, como forma mais fácil e prática de investir em dólar.

De acordo com a Receita Federal, a movimentação dessas moedas estáveis já superou, em volume, a de outras criptomoedas tradicionais, como o Bitcoin, demonstrando uma preferência crescente dos usuários por ativos digitais que oferecem menor volatilidade e maior segurança em termos de valor.

Esse aumento na adoção de stablecoins destaca uma mudança significativa no perfil de transações digitais no Brasil, com implicações importantes para o futuro das finanças e da regulação no país.

Impacto no mercado e para os consumidores

A entrada das stablecoins em um ecossistema tão vasto quanto o da Apple pode ter um impacto profundo no mercado de pagamentos digitais.

Para os consumidores, isso pode significar mais opções de pagamento, maior flexibilidade e, potencialmente, custos reduzidos em transações.

Além disso, a inclusão de criptomoedas em plataformas amplamente utilizadas como o iPhone pode acelerar a adoção dessas moedas por um público mais amplo.

Se imaginarmos um cenário em que maquininhas de pagamento passem a aceitar USDC via NFC, isso significaria que o usuário não precisaria mais estar associado a um banco compatível com Apple Pay, podendo usar o dinheiro até mesmo de carteiras pessoais ou apps independentes.

Isso expandiria o mercado, sem ficar concentrado nas mãos das grandes instituições financeiras, como é hoje.

O futuro nos dirá se isso irá mesmo acontecer ou não.

 

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