Apple oficializa abertura do NFC do iPhone para apps de terceiros no Brasil e EUA
A Apple está dando um passo significativo ao abrir os recursos de NFC (Near Field Communication) do iPhone para desenvolvedores de terceiros em várias regiões, incluindo o Brasil.
O comunicado foi publicado nesta quarta-feira (14) no site da empresa.
Essa mudança segue uma série de pressões regulatórias na Europa, onde a empresa foi obrigada a permitir que concorrentes tivessem acesso a sua tecnologia NFC sob a nova Lei de Mercados Digitais (DMA).
A pressão da União Europeia
A União Europeia, através da DMA, buscou combater práticas anticompetitivas entre grandes empresas de tecnologia, também conhecidas como “gatekeepers”, que controlam o acesso a plataformas ou serviços essenciais.
A Apple, sendo uma dessas gigantes, foi alvo dessa regulamentação, que exigiu que a empresa abrisse seu sistema NFC para outras empresas, além de sua solução nativa, o Apple Pay.
A DMA visa garantir que as empresas menores possam competir em pé de igualdade, oferecendo aos consumidores mais opções e promovendo a inovação.
No caso da Apple, a obrigatoriedade de abrir sua tecnologia NFC é uma tentativa de evitar o monopólio que a empresa exercia sobre pagamentos sem contato no iPhone, que até então só podia ser realizado através do Apple Pay.
Expansão global do recurso
Embora inicialmente a Apple tenha sido forçada a se ajustar às regulamentações europeias, a empresa decidiu expandir essa abertura para outras regiões, incluindo:
- Brasil
- Estados Unidos
- Austrália
- Canadá
- Japão
- Nova Zelândia
- Reino Unido
Esse movimento pode ser visto como uma tentativa da Apple de se antecipar a possíveis regulamentações similares em outras partes do mundo e de unificar suas políticas de acesso a NFC globalmente.
O que isso significa para desenvolvedores e usuários
Para os desenvolvedores, essa mudança representa uma oportunidade significativa.
A partir do iOS 18.1, eles poderão integrar pagamentos contactless, chaves digitais (como chaves de carro ou de casa), cartões de fidelidade, crachás de identificação e muito mais diretamente em seus aplicativos, sem a necessidade de passar pelo Apple Pay ou Apple Wallet.
Isso oferece maior flexibilidade para os desenvolvedores criarem soluções personalizadas que podem atender a necessidades específicas de seus usuários.
Por exemplo, um aplicativo de um hotel poderá agora permitir que seus hóspedes usem o iPhone como chave do quarto, sem precisar de uma integração com o Apple Wallet.
Do ponto de vista dos usuários, a novidade trará mais opções e conveniência.
Eles poderão escolher utilizar aplicativos de terceiros como método de pagamento padrão no iPhone, configurando-os diretamente nas configurações do iOS.
Uma vez configurado, o usuário poderá iniciar uma transação contactless com um simples duplo clique no botão lateral do iPhone, exatamente como faz atualmente com o Apple Pay.
A importância da segurança
A Apple, ciente das preocupações com a segurança, enfatiza que sua solução para permitir NFC de terceiros foi projetada com foco na proteção da privacidade e segurança dos usuários.
A empresa utiliza o Secure Element, um chip certificado que armazena informações sensíveis de forma segura no dispositivo, além de outras tecnologias proprietárias, como o Secure Enclave e a autenticação biométrica, para garantir que as transações sejam seguras.
Para acessar essas novas APIs, os desenvolvedores precisam entrar em um acordo comercial com a Apple, atender a requisitos regulatórios específicos e pagar taxas associadas (NDE: Há! Achou que ia ser de graça?).
Segundo a Apple, isso garante que apenas desenvolvedores autorizados e comprometidos com os padrões de segurança e privacidade da Apple possam utilizar essa tecnologia.
A partir do iOS 18.1
A novidade virá a partir do iOS 18.1, que já está em fase de testes. Até lá, os desenvolvedores terão tempo para adaptarem suas soluções próprias