Apple

Mesmo se usar o Gemini do Google, a Apple ainda terá na sua própria IA

Outro dia a gente viu aqui a notícia de que Apple e Google estariam em negociações para que o iOS incorporasse a inteligência artificial Gemini no sistema.

E apesar disso parecer para alguns que a Apple “perdeu” a batalha da IA, na verdade isso pode ser somente um meio intermediário de alcançar objetivos mais altos.

Como bem comentou nosso leitor Raphael Sanches em nosso outro artigo, não é a primeira vez que a empresa da maçã usa a tecnologia de parceiros antes de lançar a sua própria.

E um exemplo claro disso foi o Google Maps, que veio no primeiro iPhone em forma de aplicativo nativo e inclusive ajudou a popularizar o serviço, antes da Apple lançar sua própria solução de mapas no iOS 6.

A colaboração com outros parceiros (até mesmo concorrentes) é a forma da Apple oferecer um serviço pronto para seu usuário antes da sua própria solução ficar madura.

A corrida pela Inteligência Artificial

A empresa OpenAI revolucionou o mundo ao oferecer para o “usuário comum” os recursos de inteligência artificial generativa, que antes eram acessíveis apenas a um grupo muito seleto de pesquisadores e desenvolvedores.

E foi uma verdadeira revolução (talvez a maior desde a popularização da internet), pois agora todas as empresas que não oferecem este tipo de serviço são consideradas ultrapassadas. E por isso, a corrida atrás disso é questão de sobrevivência empresarial.

Lidar hoje com a Siri (e incluo também a Alexa da Amazon) é algo frustrante, pois percebemos que não temos o mesmo tipo de interatividade que acontece com o ChatGPT.

Enquanto o GPT da OpenAI entende o contexto do que você digita mesmo se estiver escrito de forma errada, as assistentes virtuais exigem que você dite o comando em um formato fixo, senão elas não entendem. É frustrante.

Porém, a Apple está fazendo um grande esforço de marketing para minimizar a impressão de que ela está ficando para trás. 

AppleGPT

Na última semana, a empresa submeteu silenciosamente um artigo de pesquisa detalhando o desenvolvimento de um modelo de linguagem de grande escala e multimodal (MLLM), batizado de MM1.

Embora o significado por trás da nomenclatura MM1 não tenha sido explicitado, especula-se que possa representar “MultiModal 1”.

O MM1 distingue-se por sua capacidade multimodal, trabalhando não apenas com texto, mas também com imagens.

Exemplo do que o MM1 pode fazer

Suas funcionalidades e estrutura são comparáveis a outras soluções de IA generativa, como o Gemini do Google ou o Llama 2 da Meta, ambos modelos de linguagem de grande escala e de código aberto.

Paralelamente às negociações com o Google, a Apple parece ter planos alternativos para o MM1. Segundo a Wired, a empresa estaria considerando o uso do Gemini como um substituto para o Google Search tradicional.

Além disso, Ruslan Salakhutdinov, ex-chefe de pesquisa em IA na Apple, sugere que o foco da empresa pode estar voltado para o desenvolvimento de ferramentas de IA generativa baseadas no MM1, operando diretamente nos dispositivos.

Esta estratégia é reforçada pela recente aquisição da startup canadense de IA DarwinAI pela Apple. A DarwinAI é especializada na criação de sistemas de IA menores e mais rápidos, um componente chave para processamento on-device.

Ainda não há detalhes concretos sobre quando a Apple planeja lançar produtos baseados nessa nova onda de IA. No entanto, o CEO Tim Cook mencionou durante a reunião anual de acionistas da empresa que a IA já está em funcionamento nos bastidores dos produtos da Apple, antecipando mais novidades sobre funcionalidades explícitas de IA ainda este ano.

A expectativa é que já vejamos novidades do tipo ainda este ano, incorporadas ao próximo iOS 18. Deveremos conhecê-lo no início de junho, na abertura da WWDC. E você acompanhará a cobertura completa aqui no Blog do iPhone.

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