Todo ano a Apple apresenta uma nova geração do seu relógio inteligente, mas ultimamente ela nos acostumou a vermos pouca evolução de um modelo para outro. E em 2025 a Apple realmente parece ter decidido que iria relançar o mesmo Watch, com apenas alguns acréscimos.
O fato é que o Apple Watch Series 11 é praticamente um Series 10 com vidro mais resistente, bateria um pouco maior e suporte ao 5G (que ainda não funciona no Brasil). Nada além disso.
E quando eu uso a palavra “praticamente”, é porque nem sequer o nome do processador foi alterado desta vez.
A pouca evolução nos últimos anos
Já no ano passado, a Apple lançou o Series 10 com o mesmo chip do Series 9. Mas, para não gerar críticas, ela só mudou o nome, de S9 para S10. OK, há uma diferença no processo de fabricação, mas no fim os resultados são os mesmos.
Agora, nem isso mais ela se esforça em fazer. O Series 11 vem com o mesmíssimo chip S10 SiP. Isso significa que o desempenho é idêntico: velocidade, fluidez e abertura de apps seguem sem mudanças.
Na prática, é o mesmo desempenho do Series 9, de 2023.

Isso significa que o Apple Watch Ultra 3 também oferece o mesmo desempenho do velho Ultra 2.
Certo, mas pelo menos a Apple mudou algo no design externo, não?
Nada de revolução no design. O Series 11 mantém o mesmo corpo do Series 10, com caixas de 42 mm e 46 mm, disponíveis em alumínio e titânio.
A única alteração está no vidro dos modelos de alumínio, que ganhou um revestimento com resistência ao risco duas vezes maior.
Útil, claro, mas não é algo que vá transformar a experiência de uso.

Agora com conexão 5G, mas…
No papel, o grande diferencial do Series 11 é a chegada do 5G nos modelos com conexão celular. A ideia é dar mais independência ao relógio, permitindo chamadas, streaming e internet sem depender do iPhone.
Mas, até agora, o 5G do Apple Watch não foi listado oficialmente no Brasil. Na prática, mesmo que o hardware suporte, você não conseguirá usar essa vantagem por aqui — pelo menos por enquanto.

Bateria com fôlego extra (mas não tanto)
A Apple diz que a autonomia vai até 24 horas de uso normal no Series 11, contra 18 horas no Series 10. Isso representa um aumento de 30%.
A capacidade física em mAh até aumentou cerca de 10%, mas de onde vem o resto, se o processador é o mesmo? A explicação pode estar na mudança da forma que a Apple mede essa autonomia para colocar em seu material de marketing.
Ou seja, talvez o usuário nem note essa melhora no dia a dia.
Funções de saúde: iguais nos dois
Aqui é importante reforçar: não há novos sensores ou recursos exclusivos de saúde no Series 11.
As notificações de hipertensão e o monitoramento avançado do sono, que foram os grandes destaques na apresentação, chegam também ao Series 10 e Series 9, já que fazem parte das novidades do watchOS 11.
Ou seja, quem tem o modelo dessas duas gerações não ficará de fora dessas funções.
Vale a pena trocar?
Para quem já tem o Series 10, a resposta é clara: não.
As mudanças são tão pequenas que dificilmente vão justificar o investimento, principalmente com os preços altos no Brasil.
O upgrade só faz algum sentido se você realmente valoriza:
- o vidro mais resistente
- pretende usar o 5G no futuro, quando estiver liberado por aqui. Mas aí talvez valha mais a pena esperar pelo Series 12.
Agora, se você vem de um modelo mais antigo, como o Series 5 ou 7 (eu, por exemplo, ainda estou usando normalmente o 4), aí sim o Series 11 se torna uma boa porta de entrada para o design mais recente e os recursos acumulados nos últimos anos.
Ou, se você conseguir um Series 10 com um bom desconto, também pode compensar bem mais.

Uso até hoje um Apple Watch Série 4, e continua rápido e funcional para o que preciso. E até hoje ainda não senti necessidade de atualização.