Phil Schiller e Craig Federighi falam das novidades do iOS 10
Um dia depois da apresentação de abertura da WWDC 2016, dois grandes executivos da Apple, Phil Schiller e Craig Federighi, deram uma entrevista sobre as novidades apresentadas e o futuro dos sistemas da maçã. Falaram por que deram tanta ênfase no iMessage e detalharam algumas coisas a mais sobre o iOS 10.
A entrevista foi feita por John Gruber, conhecido blogueiro Apple que tem fortes laços com a maçã. Todos os anos ele faz uma edição especial do podcast Talk Show, com entrevistados da WWDC. Ano passado, ele surpreendeu a todos entrevistando Phil Schiller, o chefão de Marketing da Apple (e da App Store), e este ano também ele trouxe o Craig Federighi, responsável pelo desenvolvimento do iOS, macOS e outros softwares da empresa.
Uma das primeiras perguntas foi sobre a excessiva atenção que deram às novas funções cosméticas do iMessage, deixando de lado outras novidades importantes que também foram introduzidas no sistema. De fato, no site da Apple parece que o iOS 10 só mudou no iMessage, de tanto destaque que dão a isso. Federighi respondeu que deu ao povo o que ele gosta de ouvir.
Sempre que adicionamos novos Emoji [no iOS], todo mundo fala disso. Nós passamos um ano inteiro trabalhando em um novo sistema de arquivos ou algo mais profundo, mas as pessoas ficam empolgadas mesmo é com os dois novos Emoji que adicionamos. Então, nos damos conta que se há uma coisa que podemos fazer diferença é na experiência que as pessoas tem no iMessage.
De fato, o iMessage é um dos aplicativos mais usados no iPhone. Isso pode não ser uma verdade absoluta no Brasil, mas nos Estados Unidos e outros países mais ricos (em que há um maior número de pessoas que pode comprar um iPhone), ele é muito mais usado que WhatsApp, Telegram ou qualquer outro mensageiro móvel.
Federighi e Schiller também falaram da velocidade lenta de implementação de abertura em partes do sistema, como a que está acontecendo agora com a Siri e o iMessage. Eles disseram que a Apple gosta de primeiro testar algumas coisas antes de implementá-las no resto do sistema, como foi o caso da integração com o Twitter e o Facebook, no iOS 5, que serviram como testes para a adoção de extensões no iOS 8.
Uma vez que a empresa cria mecanismos que são necessários para uma função, então nos sentimos confortáveis para abrir isso para o resto dos desenvolvedores.
Quanto à nova possibilidade de apagar aplicativos nativos, Federighi esclareceu que os apps não são realmente “apagados” do aparelho, apenas desaparecem do visual para o usuário e seus dados são eliminados (isso sim pode gerar algum ganho de espaço interno). Os apps continuam escondidos no sistema como forma de autenticação interna do iOS, e quando o usuário o instala novamente usando a App Store, na verdade não está baixando nenhum arquivo, mas simplesmente restabelecendo o link com ele para reaparecer para o usuário.
Outra pergunta foi relativa a nova API da Siri, que permite que aplicativos se integrem à assistente vocal. Há uma limitação quanto ao tipo de app que poderá usar a API, se restringindo por enquanto a apps de transporte (tipo taxi ou Uber) e mensageiros (como WhatsApp e Telegram). Gruber quis saber a razão desta limitação e mais uma vez os dois entrevistados responderam que é a forma da Apple trabalhar. Primeiro libera para um pequeno grupo, e dependendo como a coisa toda se comportar, aí sim eles se sentirão à vontade para liberar para outros aplicativos.
A entrevista completa em vídeo ainda não foi liberada, mas será em breve no site Daring Fireball.