Confira os principais pontos da entrevista de Tim Cook na D11 [video]
Em sua entrevista para a conferência D11, realizada nesta terça-feira, o presidente da Apple Tim Cook deu várias declarações interessantes sobre a empresa e suas futuras novidades. Uma delas foi sobre o próximo iOS, a ser apresentado em junho.
Veja os destaques do que ele disse:
“Veremos o futuro do iOS e do OSX no mês que vem”
Uma das perguntas diretas dos entrevistadores foi sobre o futuro iOS 7. Apesar de não revelar muita coisa, Tim deixa claro que haverá uma forte influência de Jony Ive nas novidades.
Nós consideramos que Jony contribuiu significativamente para o “look and feel” da Apple durante muitos anos, e ele poderá fazer isso também no software.
Isso reforça ainda mais os rumores de que o iOS receberá uma grande mudança em sua interface, que servirá de base para as atualizações futuras.
iOS será “mais aberto”, pero no mucho
Ao ser perguntado por que a Apple não permite que desenvolvedores tenham mais acesso ao sistema (como mudar a funcionalidade do teclado virtual, por exemplo), Cook respondeu que a empresa será mais aberta no futuro.
Mossberg: O teclado [do iOS] não manteve o mesmo ritmo de mudança como está acontecendo no Android e BlackBerry, algo que permita que outros desenvolvedores façam melhorias na experiência de digitação. Imagina-se que estes desenvolvedores possam saber mais sobre digitação de o pessoal de Cupertino. Você pensa em dar um pouco mais de controle a eles?
Cook: Claro, na área de APIs. Eu acho que vocês nos verão mais abertos no futuro. Mas não no nível de colocar o usuário em risco de ter uma experiência ruim. Nós achamos que o consumidor nos paga para tomarmos algumas destas decisões em seu nome. Vi algumas destas personalizações (em referência ao Facebook Home) e não acho que seja isso que os usuários queiram.
Um jornalista perguntou se eles se abririam a outras plataformas (como fazer o iCloud compatível com o Android, por exemplo), Cook respondeu que não estão fechados a criarem aplicativos para Android. Se algum dia precisar e fizer sentido, eles farão.
Mas a pergunta deste jornalista foi, na minha opinião, ingênua. Ele baseou seu argumento no fato de que Google e Microsoft disponibilizam seus serviços de cloud para multiplas plataformas, enquanto o iCloud é limitado para aparelhos Apple. O erro dele foi desconsiderar que Google e Microsoft vivem de vender serviços, por isso para eles é vital estar presente em todas as plataformas. A Apple vende hardware e sempre direcionou seu ótimo software para este objetivo. Neste ponto de vista, seria ilógico disponibilizar seus serviços para outras plataformas.
Aquisição de companhias
A Apple já adquiriu 9 pequenas companhias em 2013, e muitas delas ainda não são de conhecimento público.
Nós não estamos procurando nenhuma grande companhia, mas não nos oporemos de comprar alguma, se fizer sentido.
Ao ser perguntado se a Apple fez alguma proposta para comprar o Waze, Tim Cook respondeu “Não, não fizemos“.
Novos iPhones
Perguntado sobre a gama de modelos de iPhone (pequena se comparado às dezenas de opções da concorrência):
Mossberg: Por que não reproduzir a mesma fórmula do iPod, com modelos de diferentes tamanhos e estilos para públicos diferentes, ao invés de disponibilizar somente um modelo, conservando o dos anos anteriores?
Cook: Criar um smartphone bem feito é muito mais complexo que criar um iPod e necessita de muitos recursos.
Tim mais uma vez afirmou que a Apple não tem intenção de fazer um “iPhone low-cost“, como afirmam há anos os rumores. Descartou também a possibilidade de lançar um iPhone com tela maior, pelo menos não por agora.
Apple TV
Foram vendidos até hoje cerca de 13 milhões de Apple TV e Cook reafirmou o interesse da empresa neste setor. “Temos uma grande visão para a televisão“. Provavelmente isto tenha relação com o que Steve Jobs afirmou em sua biografia, que ele teria “desvendado” o segredo de uma TV de sucesso.
Mudanças na equipe
Tim Cook não quis ser específico sobre o que aconteceu com Scott Forstall (o pai do iOS que foi substituído em outubro), mas deixou claro que a mudança na direção deu resultados positivos, resultando em uma integração maior entre equipes e permitindo uma intersecção produtiva entre hardware, software e serviços.
Google Glass e iWatch
Tim Cook não acredita que o Google Glass será um produto de massas, pois “ninguém usa óculos porque quer e sim porque precisa” (como usuário de óculos, concordo com ele). Ele também disse que há um desinteresse crescente em relógios de pulso, mas diz que gadges que são “vestidos” (como as pulseiras da Nike) são algo que realmente estão crescendo, inclusive no interesse da Apple.
Confira a entrevista completa (em inglês, 81 minutos):