A indústria brasileira infelizmente dando mais uma demonstração de mediocridade e oportunismo. A Gradiente anunciou ontem o lançamento da sua mais nova linha de celulares, com a marca Gradiente iphone. E a cereja no bolo: sistema Android, com dois chips.
É claro que não tem nada a ver com o iPhone da Apple, mas fará muita gente que não gosta (ou não tem condições) de pagar por qualidade poder dizer que agora terá um “iphone”. E a empresa, sabendo deste filão, resolveu usar de um direito que tem desde 2000.
Assim como aconteceu com a marca “iPad”, o nome “Gradiente iphone” é registrado no Brasil desde 2000 e com isso, a Gradiente detém o direito de uso exclusivo no país.
Não vamos discutir os direitos sobre a marca. É lei, ela tem o registro por aqui bem antes do lançamento do iPhone, mesmo que ele tenha sido inspirado em uma moda da época em colocar o “i” em tudo quanto é nome, por causa do sucesso do iMac (que fez até mesmo a Cisco registrar o mesmo nome). Seja como for, juridicamente ela tem este direito e não há discussão sobre isso. Ponto.
Mas neste caso, independentemente dos direitos jurídicos, este ato da Gradiente é uma clara ação de marketing para promover a marca Neo One. Ela sabe que está usando uma marca conhecida e sabe que muitos consumidores comprarão o aparelho no erro. Ela irá brigar com a Maçã, irá ganhar bastante espaço na imprensa e, mais tarde, com um acordo financeiro com a Apple, já terá marcado o nome de sua marca entre os concorrentes.
Vivemos na terra do oportunismo e do protecionismo. Não poderíamos esperar outra coisa.
Claro, ela poderia ter chamado a atenção com um produto realmente bom, com qualidade. Mas para quê, se ela pode usar um direito que tem para enganar consumidores menos informados? Neste caso, não precisa de qualidade.
Ê, Brasil.