Apple poderá lançar chips próprios de 5G, Bluetooth e Wi-Fi em 2025
Não é de hoje que a Apple procura ser totalmente independente de chips de outras empresas, não apenas para ter poder de construir os componentes como bem quiser, mas também para se diferenciar da concorrência.
Foi assim nos chips Apple Silicon e há tempos ela tenta fazer isso também com o 5G e Wi-Fi. E pode ser que ano que vem isso finalmente se concretize.
De acordo com o conhecido analista Ming-Chi Kuo, a empresa está desenvolvendo uma tecnologia própria de conectividade sem fio que poderá ser implementada nos futuros dispositivos da marca, incluindo os iPhones 17.
Avanço para o Wi-Fi 7 no iPhone 17
Segundo Kuo, o novo chip Wi-Fi 7 da Apple será um componente fundamental da próxima geração de iPhones, começando com o iPhone 17, previsto para 2025.
A ideia é fabricar essa tecnologia com o processo de 7 nanômetros da TSMC, o que garantiria alta eficiência energética e menor dissipação de calor, características essenciais para dispositivos móveis.
Além do Wi-Fi, o chip também deverá incluir suporte ao Bluetooth, assim como ocorre com a maioria dos chips de conectividade modernos, simplificando ainda mais o design interno dos dispositivos.
A decisão de criar um chip Wi-Fi próprio também reflete a ambição da Apple de minimizar sua relação com fornecedores como a Broadcom, que atualmente fornece cerca de 300 milhões de componentes de Wi-Fi para a empresa todos os anos.
Essa parceria, embora histórica, poderá sofrer mudanças significativas com o desenvolvimento dessa tecnologia própria da Apple, resultando em maior controle de qualidade e personalização por parte da fabricante.
Separação do Wi-Fi 7 e do modem 5G
Apesar do avanço no desenvolvimento de um chip próprio de Wi-Fi, a Apple planeja manter o Wi-Fi 7 e o modem 5G como componentes independentes, pelo menos por enquanto.
O modem 5G da Apple também está em desenvolvimento, mas seguirá uma trajetória paralela ao Wi-Fi.
A expectativa é que a tecnologia 5G da Apple seja usada inicialmente no iPhone SE 4, também planejado para 2025, aproveitando a expertise adquirida com a aquisição da divisão de modems da Intel em 2019.
Uma questão que ainda está em aberto é a integração do GNSS (Global Navigation Satellite System), que geralmente fica integrado ao modem celular.
No caso da Apple, é possível que a empresa adote uma solução inovadora, integrando o GNSS diretamente no controlador Wi-Fi, o que poderia resultar em um design mais eficiente e simplificado para seus dispositivos móveis.
Macs M4 limitados ao Wi-Fi 6E
Enquanto os iPhones avançam para o Wi-Fi 7, a linha de Macs com chip M4 continuará com o padrão Wi-Fi 6E, lançado em 2019 e ainda presente em muitos dispositivos de alta performance.
Os novos MacBooks Pro e outros modelos equipados com o chip M4 não contam com a tecnologia Wi-Fi 7, mantendo-se um passo atrás em comparação aos futuros iPhones.
Essa decisão faz parte de uma estratégia da Apple para diferenciar a linha de produtos móveis de seus computadores, que geralmente não exigem o mesmo nível de conectividade sem fio de ponta.
Além disso, o Wi-Fi 7 ainda é uma tecnologia emergente, sendo mais relevante para dispositivos que dependem de conectividade móvel de alta velocidade e baixa latência, como smartphones.
A integração dos componentes ainda não é prioridade
Atualmente, a Apple parece não ter como prioridade integrar todos esses componentes em um único sistema no chip (SoC), como tem sido a tendência no mercado de smartphones.
Em vez disso, a empresa opta por manter três componentes separados nas placas-mãe: o SoC principal, o controlador de Wi-Fi e o modem 5G.
Enquanto fabricantes de chips como Qualcomm já integram o Wi-Fi e o modem celular em seus SoCs da linha Snapdragon, a Apple ainda parece preferir manter a modularidade em seus dispositivos, especialmente nos Macs.
No entanto, espera-se que, com o tempo, essa fusão ocorra, especialmente em dispositivos móveis, onde o espaço e a eficiência energética são vitais.
Para seus Macs, a Apple deverá manter essa abordagem modular, o que é um padrão também visto em competidores como a Intel, que costuma integrar o Wi-Fi apenas parcialmente em seus processadores.