Opinião

Algo que a Apple precisa melhorar: carregamento rápido da bateria do iPhone

Alguns modelos de smartphones com Android gostam de se vangloriar de uma coisa que o iPhone ainda não tem: o carregamento rápido da bateria. E isso realmente faz diferença no dia a dia do usuário, principalmente quando você acorda de manhã e se dá conta de que esqueceu de colocar o telefone para carregar e precisa sair em meia-hora para não se atrasar no trabalho.

Este tipo de tecnologia já existe há algum tempo, mas a Apple está demorando para adotá-la no iPhone. Por que?





Qualcomm Quick Charge™

Alguns dispositivos com Android usam como processador o Snapdragon da Qualcomm, empresa que desenvolveu uma maneira de carregar rapidamente a bateria. Chamada de Quick Charge, a tecnologia só é compatível com processadores licenciados pela marca.

Nem todos os dispositivos com Snapdragon são compatíveis com o Quick Charge, apenas os modelos mais caros, justamente pelo fato da Qualcomm cobrar alto (e antecipadamente) seus royalties.

A questão é que, desde o iPhone 4, a Apple resolveu desenvolver seus próprios processadores (A4, A5, etc), sem licenciar a tecnologia da Qualcomm. E com as recentes brigas que as duas empresas estão tendo nos tribunais, isso parece cada vez mais distante.

Enquanto para as outras fabricantes é fácil adotar a solução já pronta, para a Apple a coisa fica mais complicada, pois ela mesma precisa criar uma solução própria para isso, compatível com seus processadores.

Carga rápida

Na verdade, o iPhone há tempos já possui uma maneira de recarregar de forma mais rápida que a maioria dos dispositivos com Android. Isso porque ele aceita corrente de 2,1A, enquanto os Androids sem Quick Charge só aceitam 1A.

Isso pode ser constatado ao conectar o iPhone com o carregador do iPad. Ele recarrega bem mais rápido do que com aquele que vem na caixa original do aparelho, justamente porque fornece mais corrente. Mesma coisa caso você use a saída USB do Mac. Isso não danifica o iPhone porque ele tem um processador interno que regula a quantidade de energia absorvida pelo dispositivo. Então 2,1A será o máximo que ele irá aceitar, mesmo que tiver mais corrente disponível.

Isso mudou um pouco com o lançamento do iPad Pro, que traz conexão Lightning USB 3.0 para transferência rápida de dados. Em testes feitos com um carregador USB-C de 29W da Apple, o iPad levou a metade do tempo para uma carga completa do que normalmente leva com seu carregador original. Até o momento em que este artigo está sendo publicado, o iPad Pro é o único dispositivo que possui esta conexão rápida Lightning USB 3.0. Se o novo iPhone tiver ela também, pode mudar o jeito que o recarregamos.

O carregador de 29W não vem na caixa do iPad e é muito provável que não venha também junto com o iPhone. Isto significa que teríamos que comprar o acessório separadamente.

Carregamento por indução

boatos de que o novo iPhone também seja compatível com recarregamento por indução, bastando apoiá-lo sobre o carregador (similar ao que acontece hoje com o Apple Watch).

Este tipo de carregamento é algo bacana, mas não passa disso. Você ainda continua tendo a necessidade de levar a base para onde for. Você não pode usar o aparelho enquanto carrega, pois ele precisa ficar apoiado na base, sem falar que o carregamento por indução é sempre mais lento que os feitos com um cabo. Claro que é interessante pensar que ele pode ficar carregando sobre a mesa enquanto não está sendo usado, e em situações específicas pode fazer a diferença, como por exemplo, na mesa de trabalho enquanto você está fazendo outras coisas. Também é bastante prático, pois não precisa ficar conectando e desconectando fios.

Muitos smartphones já possuem isso, mas não é algo revolucionário como aquela tecnologia realmente sem fio a qual comentamos aqui no início do ano, que carrega o aparelho por proximidade (sem encostar em nada). Se for mesmo verdade que a Apple estaria trabalhando nisso, daqui um ou dois anos poderemos ter reais novidades neste sentido.


O novo iPhone (aguardado para as próximas semanas) deve trazer boas novas em termos de recarregamento de bateria que, se não são revolucionárias, pelo menos prometem facilitar a vida dos usuários da maçã. Claro que sempre há aquela pequena esperança de que Tim Cook tenha alguma carta escondida na manga e nos surpreenda com algo realmente novo. Mas o melhor é sempre segurar as expectativas, para que elas não cresçam demais.

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