Muitos estranharam a mudança de prazos anunciada esta semana para a fabricação do iPad no Brasil. Antes se falava em início de produção em julho (leia “Foxconn pede ajuda à Dilma para acelerar a produção de iPads no Brasil“), mas agora voltamos a ouvir o prazo “até o final do ano”. A causa disso pode estar na dificuldade em se encontrar profissionais qualificados no Brasil.
A economia do nosso país está crescendo muito rápido, mas o mercado profissional não está conseguindo acompanhar no mesmo ritmo. A falta de profissionais especializados nas mais diversas atividades está fazendo as empresas terem que buscar candidatos de fora. Para a Foxconn em Jundiaí não é diferente.
Segundo o sempre informativo ministro Mercadante (que ultimamente parece mais um porta-voz da Foxconn, pois é o único que dá as informações sobre a fábrica), a empresa chinesa já contratou 175 engenheiros, mas ainda faltam 200. Todos devem receber treinamento especializado diretamente na China.
Além da escassez de profissionais, as obras de ampliação na unidade de Jundiaí sofreram atrasos e ainda não estão prontas. Uma área de acesso à fábrica precisa ser concluída, o que dificulta o escoamento da produção para a exportação, que é um dos grandes objetivos para os produtos. As obras viárias dependem de processos burocráticos da prefeitura do município.
As perspectivas iniciais de produção do iPad nacional sempre foram para setembro, com início das vendas em novembro/dezembro. Houve a tentativa de acelerar este processo, mas é difícil querer colocar a charrete na frente dos bois, principalmente em um mercado novo como o nosso.
Se o Brasil quiser se tornar um polo mundial de tecnologia e indústria, o governo terá primeiro que investir mais na educação, pois o que esse povo precisa é de estudar mais e se qualificar.
via G1