Nova IA da Alexa será baseada no Claude, da Anthropic
Amazon aposta em IA externa para melhorar desempenho e introduz modelo de assinatura para a nova Alexa
Parece que a tendência das grandes empresas que perderam o bonde da inteligência artificial (IA) é incorporar as tecnologias que já estão amadurecidas para tentar não ficar de fora da festa. A Apple fez isso e parece que a empresa de Jeff Bezos seguiu a receita.
A Amazon está prestes a mudar completamente sua assistente de voz, Alexa, ao anunciar que a nova versão será impulsionada pela inteligência artificial (IA) Claude, desenvolvida pela startup Anthropic.
Esta é uma mudança significativa na estratégia da Amazon, que historicamente sempre confiava em suas próprias tecnologias internas para melhorar a Alexa. E aparentemente foi uma mudança de última hora.
Por que a mudança para o Claude?
Segundo a Reuters, durante os testes iniciais com a IA própria da Amazon, surgiram problemas de desempenho que comprometeram a velocidade e a eficiência da Alexa.
Em algumas situações, a assistente demorava até 7 segundos para responder aos comandos, o que resultava em uma experiência de uso frustrante.
Diante desse desafio, a Amazon optou por integrar a IA Claude, da Anthropic, que se mostrou mais capaz de lidar com as complexidades e demandas dos usuários.
Essa decisão também foi influenciada por um investimento significativo da Amazon na Anthropic, na ordem de US$ 4 bilhões.
O que a nova Alexa promete?
A nova versão da Alexa, chamada “Remarkable”, trará avanços significativos em termos de funcionalidade e experiência do usuário. Algumas das melhorias esperadas incluem:
- Interações mais naturais: Com a Claude, a Alexa será capaz de manter conversas mais contextuais e sofisticadas, respondendo com maior precisão e naturalidade.
- Recomendações personalizadas: A assistente será capaz de oferecer sugestões adaptadas às necessidades e preferências dos usuários, como recomendações de compras para ocasiões específicas.
- Automação avançada: A nova Alexa permitirá realizar múltiplas tarefas com um único comando, como gerenciar dispositivos domésticos inteligentes, enviar e-mails e fazer pedidos online, tudo de forma integrada.
Modelo de assinatura
Uma das mudanças mais notáveis com a nova Alexa será o modelo de negócios.
A “Remarkable” Alexa será oferecida como um serviço de assinatura, com valores entre US$ 5 e US$ 10 por mês (ainda sem valor definido para o Brasil, quando vier).
Isso representa uma nova estratégia da Amazon para monetizar a assistente de voz, diferenciando a versão premium da versão “Clássica”, que permanecerá gratuita.
A Amazon precisa transformar a popularidade da Alexa em uma fonte de receita mais significativa, especialmente em um momento em que a empresa busca fortalecer seu impacto financeiro na área de assistentes de voz.
Vai vingar?
Com um lançamento previsto para outubro de 2024 e uma apresentação oficial esperada em setembro, a “Remarkable” Alexa tem o potencial de redefinir a experiência de uso e consolidar a posição da Amazon no mercado de assistentes de voz.
No entanto, o sucesso dessa nova versão dependerá de sua capacidade de conquistar os usuários e justificar o modelo de assinatura proposto.
Muitos usuários da Amazon já estão acostumados a pagar pelo plano Prime, que oferece streaming de filmes, músicas limitadas e frete grátis. Mas para usar a Alexa nunca foi cobrado, o que nos faz perguntar se os usuários aceitarão essa cobrança adicional.