iPad

O novo iPad 10 está sendo bastante criticado pela imprensa especializada

Nesta semana a Apple lançou novos iPads, sem precisar fazer nenhum evento especial. A linha mais básica ganhou um novo (velho) design e os modelos Pro receberam um upgrade de processador.

Porém, as escolhas feitas pela Apple, principalmente no modelo básico, estão sendo objeto de muitas críticas por parte de quem acompanha esses lançamentos, e diversos especialistas estão apontando incoerências e pontos confusos em toda a linha de tablets da maçã.

Então vou resumir neste artigo o que estão dizendo, com pitadas do que eu também achei. Aí depois de você ler e analisar, também poderá deixar sua opinião lá embaixo nos comentários.

O modelo mais básico do iPad

Eu sempre fui um grande crítico da versão mais básica do iPad. Isso porque ela sempre me pareceu um tapa-buraco, ou uma desculpa para disponibilizar uma versão mais barata enquanto os outros modelos disparavam de preço.

Desde o início foi uma versão que usa o design de algum outro modelo antigo, com um processador também antigo. Mas por que eu iria querer comprar um iPad que, ao tirar da caixa, já parece velho?

Ainda mais o iPad, que é um aparelho que não foi feito para ser trocado de ano em ano.

Pelo contrário: quem tem geralmente fica com ele até que comece a travar e a não suportar mais novos aplicativos. Eu, por exemplo, continuo tentando tirar o máximo do meu iPad Air 2 guerreiro de 8 anos.

Então, o maior motivo de se optar por um iPad básico é o seu preço. Afinal, em tempos que o iPad Air mais barato sai por R$ 7.000, pagar R$ 3.900 por um modelo mais simples, mas ainda assim bom, é o que é possível para muitos.

O problema é que agora a Apple mexeu nisso também.

O preço não é mais uma vantagem

Conforme vimos neste outro artigo, o menor preço do novo iPad de base aumentou mais de 30% no Brasil. Nos EUA, esse aumento foi ainda maior, 36%.

iPad 10ª geração

E adiciona-se a isso o novo teclado que a Apple tenta nos convencer de que precisamos muito dele (R$ 2.599). Ah, se se você quiser um Apple Pencil (e claro que você vai querer, assim como eu), também terá que desembolsar mais R$ 1.135,00.

Você já tem um Apple Pencil antigo? Pois é, o problema é que ele tem conector Lightning, e o novo iPad 10 é USB-C. Então terá que comprar um adaptador (R$99) para poder recarregar a canetinha na saída do tablet.

A pergunta que Monica Chin do The Verge se faz também vale para nós do Brasil: se o valor para se ter um iPad básico não é mais tão acessível, qual é o motivo de se optar por este dispositivo com chip (A14) de dois anos atrás?

Aí alguém pode argumentar: “Mas o iPad 9 continua à venda, por quase o mesmo preço que era antes“.

OK, mas então a ideia é que o iPad antigo seja o novo iPad de base? Então qual a razão de lançar um novo?

Linha de produtos confusa

A adição de um novo iPad básico (que não tem mais preço de básico) sem retirar o modelo antigo do mercado, fez a linha toda de iPads ficar bastante confusa.

O novo iPad 10 herdou o mesmo design do atual iPad Air (que por sua vez já era inspirado nos modelos Pro): fim do botão frontal, Touch ID na lateral, USB-C, tela de 10,9 polegadas com bordas finas, 5G e sistema único de câmeras.

Com isso, os dois modelos ficaram extremamente parecidos, com três únicas diferenças: o chip, algumas características da tela e o suporte ao Apple Pencil.

Por uma estranha razão, a Apple manteve a compatibilidade ao Apple Pencil de primeira geração no novo iPad. Dizem que é culpa da câmera frontal que mudou de lugar e agora ocupa o espaço que era do sistema de carregamento magnético do Apple Pencil 2.

O Air vem com o belo chip M1, o que lhe traz mais velocidade contra o A14 Bionic do iPad 10. Mas como destaca Sami Fathi do MacRumors, será que o consumidor regular nota esta diferença na velocidade do processador?

E caso não note, então o que me faria optar por um iPad Air se eu posso comprar um iPad 10 “quase igual” por R$ 1.700 a menos?

Ao mesmo tempo, por “somente R$ 1.700” a mais, você tem um iPad Air que tem a potencialidade de durar alguns bons anos a mais devido ao seu chip mais moderno, que receberá mais atualizações de iOS.

Ou seja, para aqueles que o preço realmente importa, provavelmente escolherão o velho iPad 9. Para os que podem pagar um pouco mais, talvez escolham o Air, que é mais moderno.

Bem confuso.

Todos estes questionamentos são válidos.

Afinal, se era para manter o iPad 9, por que lançar um iPad 10 mais caro, parecido com outro modelo já existente?

Como será que aquele consumidor que não lê blogs ou notícias de tecnologia irá escolher um novo iPad, ao se deparar com essa enorme linha de opções?

Será que a Apple não está se distanciando demais daquela política de redução de modelos implementada por Steve Jobs quando retornou à Apple, em 1996?

Deixarei você responder essas perguntas aqui nos comentários. 😉

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