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Le Figaro: As 10 verdades sobre as “explosões” do iPhone

iPhone na mídia

Já faz duas semanas que recebo emails e mensagens de amigos me mandando cópias de notícias sobre explosões do iPhone. “Você viu isso?”, “Soube do iPhone que explodiu?”, “É verdade que o iPhone explode na cara da gente?”. Pessoas que não acompanham muito de perto o nosso gadget, mas que são bombardeadas por informações sensacionalistas sobre ele.

E este é o grande problema: estas notícias de explosões chegam como verdade única para quem não conhece muito o aparelho, ficando com a impressão geral de que “o iPhone explode em várias partes do mundo”.

Mas a quem interessa esse tipo de polêmica? Quem ganha com o fato do iPhone começar a ser mal visto em termos de segurança?

Se formos analisar, TODOS os casos atuais de “explosões” (sic) de iPhones ocorreram na França. Estranho, não? Seria algum lote específico defeituoso ou é a posição geográfica que causaria isso? Seria o sul da França um “Triângulo das Bermudas” para o iPhone???

E o Blog do iPhone, fica puxando mesmo o saco da Apple, distorcendo as notícias?

Felizmente o mesmo país que dá atenção a esse tipo de sensacionalismo também possui jornalistas sérios preocupados em averiguar os fatos. O jornal Le Figaro publicou em seu blog 10 argumentos sobre os casos dos iPhones que explodiram, elucidando vários fatos. A matéria é excelente e tira a limpo alguns enganos e imprecisões que a mídia multiplicou e que acabaram criando algumas inverdades.

Vale salientar que os ítens abaixo foram publicados não por fãs incondicionais da Apple, mas por um dos mais sérios jornais do mundo.

Verdade número 1: Os iPhones não explodiram

Apesar de ter sido repetido em jornais, sites, rádios e televisão do mundo inteiro, a expressão “explosão” (usada pela fonte da primeira notícia) não condiz em nada com a verdade. Todos os aparelhos ainda estão inteiros, somente a tela de vidro foi atingida. Até mesmo a palavra “implosão” deve ser usada com cuidado, porque o iPhone não é oco por dentro para implodir.

Verdade número 2: não houve nenhum caso similar antes

Mesmo que sites de notícias sérios como a AFP tenham afirmado que “casos similares ocorreram com um iPod na Inglaterra“, a relação é falsa. O caso do iPod de uma jovem inglesa foi uma real explosão causada pelo superaquecimento da bateria e não apenas rachaduras estranhas na tela. Mesmo buscando relatos em fóruns de usuários na França e nos Estados Unidos, nenhum outro caso foi encontrado a não ser aqueles noticiados pela imprensa.

Verdade número 3: a Apple não tentou esconder o caso

iPod que explodiuMesmo publicando fotos do iPod que explodiu na Inglaterra e que mostra uma clara diferença no estado do aparelho, a mídia não deixou de fazer a associação dos dois casos, criando-se até a ilusão de que a Apple queria abafar o acontecido francês, quando na verdade a única coisa que ela disse foi que “isso era impossível de acontecer”. É tudo.

Verdade número 4: os iPhones ainda funcionam

Todos os casos de aparelhos franceses que tiveram problemas ainda funcionam. Isso seria impossível se tivesse ocorrido uma explosão, que destruiria a tela LCD e afetaria outras partes eletrônicas. Quem olha a traseira dos aparelhos atingidos, não nota nenhuma diferença para um iPhone normal, o que descaracteriza uma real explosão.

Verdade número 5: o iPhone de Marselha já tinha sido derrubado uma vez

Em um dos casos denunciados, na cidade de Marselha, o proprietário admitiu que o aparelho já tinha caído no chão outras vezes, mesmo afirmando que no dia que a tela rachou, ele não caiu. Em vários fóruns de usuários, todos os exemplos de telas rachadas são devido a quedas ou choques. Porém, o caso de Aix-en-Provence o aparelho nunca teria caído. É preciso uma investigação mais profunda para saber as reais causas do acontecido.

Verdade número 6: o iPhone não esquentou

Em todos os casos, não houve nenhum aquecimento irregular do iPhone, mas vários sites e jornais não se importaram em dizer que as rachaduras no vidro teriam sido causadas pelo superaquecimento da bateria, como no caso da Inglaterra.

Verdade número 7: rachaduras no vidro não são comuns

As rachaduras ocupam toda a superfície do vidro, sem destacar um ponto de origem visível (com exceção do último caso) como seria normal em uma batida ou um choque. Duas hipóteses se opõem neste caso: ou essas rachaduras uniformes foram causadas por alguma reação vinda do interior ou então de um choque produzido pelo exterior. A única certeza que se tem é que isso é um fenômeno muito raro e ainda inexplicável.

Verdade número 8: os produtos Apple não são perfeitos

Se nada pode até o momento provar que as telas destes iPhones realmente se racharam de forma espontânea, nada permite, no entanto, que se possa duvidar à priori de todos os testemunhos. Vários casos de explosões de baterias de iPods são reais, assim como de outros produtos. Mas é absolutamente necessário que os iPhones atingidos sejam examinados e desmontados, para que se descubra a real causa. O problema é que a família do primeiro caso se recusa a mandar o aparelho para a Apple, pois quer conservá-lo como prova.

Verdade número 9: o silêncio da Apple é devastador

Sem um sinal verde da sede americana, a Apple francesa não faz nada. Mas o silêncio que durou alguns dias foi muito negativo para a empresa. E se a Apple não diz nada, é porque ela está escondendo alguma coisa, pelo menos é essa a ideia que a mídia tem. E isso nem sempre é verdade, ela apenas tem o hábito (ou defeito?) de não fazer muitas declarações.

Verdade número 10: o caso foi excessivamente mediatizado, como tudo o que envolve o iPhone

Qualquer pequena novidade da Apple é coberta por uma enorme cobertura mediática. Mas isso justifica os erros e equívocos cometidos nessas últimas semanas? (divulgação de superaquecimento e explosões que não existiram, tentativa de abafar a história e fatos não verídicos)? Muitos veículos de comunicação não usaram as palavras no condicional, tendendo ao sensasionalismo.

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O que se questiona não é o fato dos problemas serem reais ou não, mas o sensacionalismo da mídia que afirma fatos sem que eles tenham sido comprovados.

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