Como você leu em primeira mão aqui no BDI, a série “A Caçada”, do Apple TV, foi cancelada por medo de plágio, após a descoberta de que ela tinha sido inspirada em um romance dos anos 70. Para não dar problemas futuros, a Apple simplesmente cancelou o lançamento, que deveria acontecer na semana que vem.
O problema é que a série já está toda pronta e custou 16 milhões de dólares, quantia que nem a Apple nem a Gaumont querem jogar no lixo. Por isso, está sendo avaliada a possibilidade de pagar os direitos retroativos pela história.
O problema é que o valor agora é muito maior do que seria se as negociações tivessem sido feitas antes de produzir a série.
A obra em questão é “Shoot”, publicada em 1973 pelo escritor Douglas Fairbairn.
O romance acompanha um grupo de amigos que sai para caçar e acaba se envolvendo em um conflito inesperado, algo muito próximo da estrutura narrativa de “A Caçada”.
A semelhança levantou suspeitas de que a série teria sido feita sem autorização dos detentores dos direitos da obra original.
Com a polêmica instalada, a Apple apagou todas as páginas e materiais promocionais da série. Trailers, sinopses e imagens foram removidos do Apple TV, indicando que o lançamento realmente não vai acontecer enquanto a situação não estiver clara.
Agora, segundo o mesmo jornalista francês que expôs a história, o que se discute é a possibilidade de um acordo financeiro com os herdeiros ou responsáveis pela obra de Fairbairn.
Só que esse tipo de negociação feita depois que a produção está pronta costuma ser muito mais caro. O valor pode levar em conta não apenas o uso da história, mas também a escala da distribuição global que a Apple faria com a série.
Para se ter uma ideia, a média é este tipo de autorização custar uns 300 mil dólares. Mas agora, estima-se que a família não aceitará menos de um milhão para autorizar a série.
Caso o acordo seja fechado, existe a chance de “A Caçada” voltar aos planos da Apple e ganhar uma nova data de estreia. No entanto, se o custo for considerado alto demais, o projeto pode acabar engavetado de vez, mesmo com todos os episódios prontos.
Por enquanto não há uma decisão final. A Apple continua avaliando os custos e riscos, enquanto o público aguarda para saber se a série poderá ser resgatada ou se ficará para sempre no limbo das produções que nunca viram a luz do dia.
Mas quem realmente estragou sua vida foi o cineasta francês Cédric Anger, porque ele é o responsável de todo esse prejuízo. Ele é apontado pela imprensa francesa como o criador da trama, supostamente sem solicitar os direitos de adaptação.
Certamente os advogados da Apple e da Gaumont farão ele pagar o que tem e o que não tem por esse prejuízo…


Caramba, que bagunça