Você não leu errado. Do preço que você paga em um iPhone novo, mais de 60% do valor não vai para a Apple. Isso a gente já sabe há anos, mas quando vemos o valor numérico, assusta.
Não é a toa que o Brasil sempre figura como um dos países com o preço mais alto de iPhone.
Neste artigo, vamos mostrar um exemplo real da compra de um iPhone Air de 256 GB, detalhando os tributos pagos, e também explicar como funciona a cobrança de impostos no Brasil — que varia de estado para estado.
Comprando um iPhone Air no Brasil
Fizemos o teste e encomendamos um iPhone Air de 256 GB no Brasil, com entrega em Brasília. Por ser parcelado, pagamos o preço cheio: R$ 10.499.
E aqui vem o choque: na nota fiscal, é possível ver que, desse valor, R$ 6.520,33 são só de impostos. Isso significa que quase dois terços do que você desembolsa vão direto para os cofres públicos.
Olha só como ficou a divisão:
- Impostos federais: R$ 2.740,69
- Impostos estaduais: R$ 2.099,80
- ICMS DIFAL (DF): R$ 1.679,84
No fim das contas, a carga tributária chega a 62,1% do preço do iPhone. É de cair o queixo.

Como esses impostos funcionam
Pra entender melhor:
- Federais: entram aqui tributos como IPI, PIS e Cofins. Eles valem para todo o Brasil.
- Estaduais (ICMS): cada estado define a sua alíquota, que costuma variar entre 17% e 20% para celulares.
- ICMS Interestadual e DIFAL: quando você compra de um estado diferente (como acontece na loja online), entra em cena o tal do DIFAL — o “diferencial de alíquota” que garante uma parte da arrecadação para o estado onde o produto vai ser usado.
No exemplo de Brasília, a alíquota interna é de 18%.
Como o iPhone saiu de São Paulo (onde a alíquota interestadual é de 12%), o DF cobrou a diferença de 6%. Esse cálculo deu os R$ 1.679,84 extras no boleto de impostos.
E se fosse em outro estado?
Aí que está: não existe um valor único de imposto para todo o Brasil. Cada estado tem sua própria regra de ICMS, e isso impacta diretamente no preço final.
- Em São Paulo, a interna também é de 18% → valor parecido com o do DF.
- No Rio de Janeiro, onde a alíquota é 20% → o consumidor pagaria ainda mais de DIFAL.
- Já em Santa Catarina, com 17% → a mordida seria um pouco menor.
Ou seja, o imposto varia de acordo com o CEP de quem compra.
Isso é algo novo?
Pior que não. Entra governo, sai governo e o preço do iPhone sempre sofreu pesados impostos de importação.
Usuários de iPhone já conhecem há décadas o conceito de “tarifaço“, pois sempre pagaram mais por comprar o aparelho no Brasil.
Até mesmo Steve Jobs já reclamava dos impostos brasileiros na importação de eletrônicos, chamando de “política maluca de taxação super alta“.
Quanto resta para a Apple?
Bom, se fizermos a matemática dessa história toda, concluímos que a Apple Brasil acaba ficando apenas com R$ 3.979 por este iPhone Air, que é bem menos do preço do mesmo modelo nos Estados Unidos.
É insano.
Conclusão
Tudo isso deixa claro aquilo que muitos já sabem: o grande vilão do preço do iPhone no Brasil é a carga tributária altíssima.
No caso do nosso iPhone Air de 256 GB, R$ 6.520 de um total de R$ 10.499 foram parar em impostos. E dependendo de onde você mora, esse número pode ser ainda maior ou menor, mas sempre alto.
Enquanto isso não muda, o brasileiro segue pagando um dos preços mais altos do mundo para ter um iPhone novo no bolso.


Sua conta está errada.
ICMS R$ 2.099,80, a divisão do DIFAL fica assim: ( DF – R$ 1.679,84 / SP – R$ 419,96)
IPI R$ 2.740,69 + ICMS R$ 2.099,80 = R$4.840,49 (total de impostos)
Se você pagou R$ 10.499 e teve R$ 4.840,49 de impostos então o preço do iPhone é R$ 5.658,51
* R$ 5.658,51 + R$ 4.840,49 = R$ 10.499 é o preço pago.
Se o custo do iPhone é R$ 5.658,51 e teve R$ 4.840,49 de impostos, o % de impostos sobre o iPhone é de… não se espante… 85,54% de impostos.
85,54%
85,54%
85,54%