Se você é daqueles que se pergunta a razão da Apple ainda cobrar em dólar na sua loja de aplicativos, precisa entender que o custo deles para nós seria muito maior se fosse diferente. E a coisa só piora, pois desde semana passada, a presidência da República sancionou uma lei que deixará Spotify, Netflix e todos os serviços de aplicativos e streaming mais caros no país.
De fato, a lei conhecida como “imposto do Netflix” deveria a princípio atingir somente os serviços de streaming, como o Spotify, HBO Go e o próprio Netflix. Porém, o projeto de lei voltou ao Congresso, que o refez incluindo também venda de aplicativos de celulares, que passarão a incluir o ISS municipal. E agora foi aprovada.
1.03 – Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos, páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos e congêneres.
1.04 – Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos, independentemente da arquitetura construtiva da máquina em que o programa será executado, incluindo tablets, smartphones e congêneres.
Isso quer dizer que a Apple Music e os aplicativos de iOS irão ficar mais caros?
Não. Isso porque a Apple não “nacionalizou” suas vendas online. Ou seja, ela não possui nenhum servidor no Brasil e não vende em moeda nacional os produtos e serviços disponibilizados (aplicativos, iCloud, Apple Music), o que “teoricamente” (bem entre aspas mesmo) permite que ela não incida impostos nacionais nos preços. É uma brecha na legislação que a Apple se aproveita muito bem.
Isso acaba sendo mais um motivo para ela nunca transformar seus preços em Reais, pois acabaria ficando mais caro para todos nós. Inclusive chegamos a comentar isso aqui no Blog ainda em 2012, e a nova decisão do governo só salienta tudo o que dissemos na época.
É claro que se tivéssemos preços em reais na App Store, isso nos facilitaria em diversos campos. Não seria necessário ter um cartão de crédito internacional (há muita gente que não tem, seja por não conseguir ou simplesmente opção pessoal). Além disso, seria possível comprar créditos e até presenteá-los para outras pessoas, inclusive com cartões encontrados nos grandes supermercados (como acontece hoje com Facebook e Netflix). Porém, sem dúvida arcaríamos com o Custo Brasil, que já nos castiga em tantos outros segmentos da economia. Se serve como consolo, estamos gastando menos em aplicativos hoje do que pagaríamos se eles fossem cobrados em Reais.
Mas até quando?
Com informações do Tecnoblog