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Para Apple, Google e Microsoft, o terrorismo não justifica abrir seus sistemas aos governos

A questão da privacidade é algo que está mais em discussão do que nunca. Após as alarmantes revelações de Edward Snowden, todos começaram a repensar o modo como nossos dados trafegam pelos meios digitais, e a Apple de Tim Cook é uma das que mais luta para tornar seu sistema tão fechado que nem mesmo governos e autoridades podem entrar nele.

Mas com os ataques em Paris da semana passada, ganham força os que defendem que os sistemas (principalmente os móveis) devem ter um backdoor (porta de entrada) para autoridades poderem vigiar movimentos terroristas. Porém, os gigantes da tecnologia afirmam que continuarão a luta pela proteção da privacidade dos usuários.

A briga não é nova. Desde que a Apple e outros fabricantes começaram a adotar sistemas criptografados, vemos acusações por parte de autoridades reclamando que não conseguem fazer o seu serviço ao tentar extrair informações de iPhones com iOS 8 para cima. E cresce ainda mais o movimento de governos para implementar maneiras que se possa ter acesso a informações solicitadas, com a desculpa alegação de combate a crimes.

Mas o ITI (Information Technology Industry Council), que é a voz oficial das grandes empresas de tecnologia, como Apple, Google e Microsoft, se manifestou esta semana, para se posicionar contra esta tentativa de implementar uma “permissão” de se vasculhar a vida dos cidadãos.

A criptografia é uma ferramenta de segurança responsável por, todos os dias, impedir que criminosos acessem nossas contas bancárias, proteger aviões de serem dominados por hackers maliciosos, além de preservar a nossa segurança. Nós apreciamos profundamente o esforço das forças da lei em querer nos proteger, mas enfraquecer a criptografia ou criar backdoors para dispositivos criptografados iria criar vulnerabilidades a serem exploradas por bandidos, que quase certamente causaria sérios danos físicos e financeiros a toda a nossa sociedade e nossa economia. Enfraquecer a segurança com o objetivo de aumentar a segurança, é algo que simplesmente não faz sentido.

A indústria tecnológica já havia enviado uma carta ao presidente Obama em julho, alertando dos riscos que enfraquecer os sistemas de segurança para o comércio e a economia.

Esta semana, o aplicativo de mensagens Telegram foi apontado como um dos instrumentos usados pelo Estado Islâmico para se comunicar com seus simpatizantes, justamente por enviar mensagens criptografadas que não podem ser rastreadas. Mas não será tirando a criptografia dos aplicativos que terroristas deixarão de se comunicar secretamente; isso só prejudicaria ao resto dos usuários, que teriam suas vidas expostas tanto para governos quanto para hackers.

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