A Apple tem um grande problema: ela cria e faz o design dos seus produtos, mas não é ela quem os fabrica. Esta tarefa é divida entre parceiros, como a Foxconn, Toshiba, LG e seu atual desafeto, a Samsung, que é quem se ocupa das telas do iPad. O perigo de “dormir com o inimigo”, claro, é que ela coloca informações privilegiadas em suas mãos, permitindo que eles tenham uma enorme vantagem concorrencial contra ela mesma. E parece que foi o caso.
Responda rápido, sem olhar para a tela: é um iPad que elas estão segurando?
Ontem, um ex-funcionário da Samsung admitiu, perante o tribunal, que passou informações sigilosas da fabricação de telas do tablet da Apple dois meses antes dele ser apresentado publicamente.
Segundo o site BusinessWeek, Suk-Joo Hwang contou à executivos da Primary Global Research (que atualmente está sob investigações) alguns detalhes sobre os números de telas fornecidas, revelando que a Apple estava mesmo se preparando para lançar um tablet. Isso foi em dezembro de 2009, semanas antes de Steve Jobs apresentá-lo ao mundo, e 4 meses antes de chegar ao mercado. Eles ficaram “muito excitados” com a revelação.
Ter informações privilegiadas do tipo antes do tempo permite a uma empresa fazer investimentos com antecedência, preparando produtos para competir. Para fundos de investimento, também é uma arma poderosa para tomar decisões antes do mercado.
Mesmo que a Primary Global Research não tenha relação direta com a Samsung, o episódio deixa claro que a fábrica coreana tinha acesso à informações sobre os produtos da Apple mesmo antes de serem anunciados.
Este pode ser mais um dos argumentos da Apple contra a Samsung, acusada de fabricar produtos inspirados na Maça e que já foi proibida de vendê-los em alguns mercados europeus, como a Alemanha.