Apple ainda não libera apps de cassino no Brasil — entenda os motivos

Enquanto o Android já liberou aplicativos de apostas, usuários de iPhone ainda não conseguem baixar apps de cassino online no Brasil. Mas isso pode mudar em breve.

Cassino online Brasil

Nos últimos meses, o cenário de cassinos online no Brasil passou por uma transformação significativa. Desde que o governo federal regulamentou oficialmente as apostas com dinheiro real, as chamadas bets começaram a se adaptar para atuar legalmente no país.

Após a regulamentação oficial do setor, o Google atualizou sua política da Play Store no mês passado para permitir aplicativos de apostas esportivas de quota fixa — desde que operados por empresas licenciadas pelo Ministério da Fazenda.

Essa mudança atendeu a pressões do governo e do setor de apostas, que veem nos apps oficiais uma forma de combater o mercado ilegal.

A Apple, porém, segue caminho diferente. Até agora, a empresa não liberou nenhum app de apostas esportivas ou cassino online na App Store brasileira e se mantém em silêncio sobre o tema.

Cassino online no iPhone? Ainda não

Enquanto o Google já liberou os apps oficiais das principais casas de apostas, seguindo as exigências da nova legislação, a Apple segue barrando esse tipo de conteúdo no Brasil.

Na prática, isso significa que o usuário de iPhone não consegue acessar um cassino online por meio de um app dedicado, mesmo que ele esteja licenciado e funcionando legalmente no país.

No Android, há ainda a alternativa de instalar apps fora da Play Store — o chamado sideloading. Já no iOS, esse tipo de instalação é praticamente impossível para o usuário comum.

Se o aplicativo não está na App Store, o acesso fica muito mais limitado — ou até mesmo arriscado, quando o usuário tenta acessar por meio de links externos ou navegadores.

Apple exige regras rígidas para liberar apps de apostas

A Apple até permite apps de cassino online e apostas em outros países, como Estados Unidos e diversos países da Europa. Mas impõe condições bastante específicas:

  • O app precisa estar licenciado no país em que será distribuído;
  • Deve usar geolocalização para bloquear acessos em regiões proibidas;
  • Não pode cobrar pelo download ou uso;
  • Não é permitido usar o sistema de pagamento da App Store (in-app) para comprar créditos ou fichas;
  • Deve oferecer verificação de idade e ferramentas de jogo responsável.

Ou seja: a Apple quer garantir que tudo funcione dentro da lei e com a máxima proteção para o usuário — e, ao mesmo tempo, quer se manter distante de qualquer risco financeiro ou de imagem relacionado às apostas.

Então por que o Brasil ainda está de fora?

Mesmo com a regulamentação brasileira em vigor e com operadoras licenciadas oficialmente pelo governo, a Apple continua bloqueando aplicativos de cassino online na App Store nacional.

Essa resistência pode ser explicada por uma combinação de fatores.

Primeiro, a legislação sobre apostas no Brasil ainda é recente. Apesar de já estar valendo desde o início de 2025, o processo de licenciamento ainda está em consolidação, o que pode fazer a Apple adotar uma postura mais cautelosa.

A empresa costuma agir com muito rigor quando o assunto envolve regulamentação local e, nesse caso, pode estar esperando uma base legal mais estável antes de liberar esse tipo de conteúdo.

Além disso, há uma clara preocupação com a imagem da marca.

A Apple sempre foi bastante conservadora ao lidar com categorias sensíveis, como apostas e jogos de azar.

Liberar apps de cassino online em um país onde a regulamentação ainda está se estabelecendo pode representar riscos reputacionais, caso alguma operadora envolvida em escândalos ou práticas abusivas esteja entre as primeiras aprovadas.

Outro fator relevante é o perfil do mercado brasileiro.

O iPhone tem uma fatia menor do público por aqui, e a Apple não lucra diretamente com os apps de aposta, já que esses aplicativos não utilizam o sistema de pagamento interno da App Store. Isso reduz o incentivo comercial imediato para a empresa agir com rapidez.

Ainda assim, com a pressão crescente do governo e do setor, é provável que essa posição mude — e que os usuários de iPhone finalmente ganhem acesso aos aplicativos de cassino online de forma segura e oficial.

Governo e setor de apostas pressionam por mudança

O próprio governo brasileiro tem interesse direto na liberação desses apps: com a legalização, o objetivo é migrar o mercado clandestino para plataformas regulamentadas, onde é possível controlar práticas abusivas, arrecadar impostos e proteger o usuário.

As operadoras de apostas, por sua vez, defendem que ter os apps nas lojas oficiais torna tudo mais seguro.

Um app de cassino online verificado por Apple ou Google é muito mais confiável do que um site qualquer encontrado por link em redes sociais.

E o interesse é real: segundo dados da plataforma KTO, os slots (jogos de caça-níqueis virtuais) representam mais de 93% das jogadas no cassino online.

Ou seja, a demanda por esse tipo de conteúdo é enorme — e o público do iPhone está ficando de fora.

A liberação da Apple é só uma questão de tempo?

Tudo indica que sim. A regulamentação brasileira já está em andamento, o Google se adaptou, e o mercado está pressionando. A expectativa é que a Apple acabe cedendo, como já fez em outros países.

Quando isso acontecer, os apps de cassino online disponíveis na App Store deverão seguir as mesmas regras: operadoras licenciadas, controle de idade, ferramentas de proteção ao jogador e nada de transações dentro da loja.

A liberação desses apps também pode ajudar a conter golpes e aplicativos falsos, que hoje tentam se aproveitar da ausência dos apps oficiais no iOS para enganar usuários menos atentos.

Até quando a Apple irá segurar?

Hoje, quem tem Android já consegue acessar cassinos online de forma legal, segura e prática. Já o usuário de iPhone precisa esperar — ou recorrer a alternativas menos confiáveis.

Mas essa situação deve mudar em breve. Com o avanço da regulamentação e o aumento da pressão sobre a Apple, a tendência é que os apps de apostas e cassino online cheguem também à App Store brasileira.

SOBRE:
Compartilhar este Artigo