O iPhone pode ficar ainda mais caro com o tarifaço de Trump, inclusive no Brasil

Não é novidade que o Brasil é onde o iPhone tem um dos preços mais elevados do mundo. Com nossas tarifas de importação que passam de 60% (shhhh, não contem pro Trump, ele pensa que é só 10%) e a variação inconstante do dólar, o preço do aparelho chega a custar o dobro que nos EUA.
Mas a recente decisão do presidente Donald Trump de impor tarifas recíprocas sobre produtos importados da China pode fazer com que esse preço suba ainda mais, não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil.
Mas por que aumentaria aqui, se as tarifas são exclusivas para os Estados Unidos?
A globalização dos preços
A Apple produz cerca de 90% dos seus dispositivos na China, e a nova tarifa imposta por Trump é particularmente pesada: 34%, somando-se aos 20% já existentes.
Isso significa um aumento expressivo nos custos de produção e importação para a gigante de Cupertino, que terá dificuldades para absorver essa elevação sem repassar ao consumidor.
Se a Apple decidir repassar os custos adicionais integralmente para os consumidores americanos, o preço final do iPhone poderá aumentar significativamente. E isso causaria um impacto enorme no consumidor americano.
Então, a Apple pode tentar “aumentar menos” nos Estados Unidos, procurando compensar esse prejuízo em outros mercados.
Mesmo sem a aplicação direta dessas tarifas no Brasil, os preços dos iPhones podem subir indiretamente devido ao aumento dos custos globais de produção e logística da Apple.
Claro que, até o momento, isso é pura especulação. A Apple não anunciou nada nesse sentido, até porque os acontecimentos são recentes demais. Mas a lógica é que aconteça dessa maneira.
Sair da China não é mais solução
Embora a Apple já tenha iniciado um processo para reduzir sua dependência da produção na China, deslocando parte da fabricação para países como Índia e Vietnã, essas localidades também sofreram impactos tarifários relevantes, com 26% para a Índia e até 46% para o Vietnã.
Isso limita severamente as opções da empresa para mitigar os custos.

Reação do mercado
A notícia das tarifas já repercutiu negativamente nas ações da Apple, que caíram cerca de 7% após o anúncio, demonstrando preocupação entre os investidores sobre como a empresa lidará com esse novo cenário.
A indústria de tecnologia em geral também está apreensiva, com temores de que outras companhias possam enfrentar desafios semelhantes.
Com os custos em alta, analistas prevêem que a Apple precisará tomar decisões difíceis: absorver parte dos custos, reduzindo sua margem de lucro, ou elevar os preços finais, correndo o risco de perder participação de mercado.
Temos que aguardar agora para ver o que a Apple realmente fará em relação à sua estratégia comercial diante do novo cenário.
Mas tudo indica que, para o Brasil, só haverá duas saídas: o iPhone ficar mais caro ou o iPhone ficar mais caro…