O maior erro da Intel foi não ter acreditado no potencial do iPhone
A Intel tem um histórico incrível, se tornando por muito tempo a maior fabricante de circuitos integrados do mundo.
Ela é uma das responsáveis pelo avanço dos computadores na década de 90 e 2000, criando tecnologias que hoje são comuns em nosso dia-a-dia, como a arquitetura x86, o padrão USB e até a conexão Thunderbolt.
Mas ao deixar o posto que ocupou durante 40 anos, o ex-CEO da empresa, Paul Otellini, confessa que um de seus maiores erros foi dizer não quando Steve Jobs pediu para criar um chip barato para dispositivos móveis.
Alguns anos antes de 2007, a Apple começou a planejar e tentar tornar realidade o aparelho que seria chamado de iPhone. E ao estruturar o processador, ela de início pensou em recorrer à Intel, parceira nos computadores Mac e Macbook.
Steve Jobs pediu para que a Intel fabricasse um tipo de chip para dispositivos móveis, por um preço muito competitivo. Este valor, no entanto, era muito menor do que a fabricante estava acostumada a tratar, o que fez com que o pedido fosse negado.
Cabeça dura que era Jobs, não se rendeu e foi procurar outro fabricante que estava disposto a abraçar a ideia e fornecer chips em grande quantidade, a um preço baixo. Ele então achou a Samsung, produtora dos chips de vários modelos de iPhones.
Uma história que nunca conseguirei esquecer: era uma época anterior à apresentação do iPhone e ninguém sabia o que era ou o que fazia. A Apple queria um chip, mas não queria pagar mais do que um valor específico, que era muito inferior aos nossos cálculos. Hoje vemos que nossas previsões estavam erradas e o volume de vendas se revelou 100x maior do que os “analistas” do setor previam. Geralmente nos baseamos em dados para decidir o que fazer, mas algumas vezes na minha carreira tomei decisões baseadas exclusivamente na minha intuição. Neste caso eu deveria ter feito isso, e o mundo seria diferente hoje.
A Intel, apesar de ainda ser uma gigante do setor, vê seu futuro ameaçado pela ARM, criadora da arquitetura de chips para dispositivos móveis que cresceu muito com o boom dos smartphones e tablets da era pós-iPhone.
Isso poderia ser diferente se a Intel estivesse acreditado e apostado no que Jobs acreditava.