Para Ken Segall, a Apple deveria parar de adotar a letra S no nome do iPhone
Ken Segall é um antigo consultor de marketing da Apple, dos tempos de Steve Jobs. Foi ele quem ajudou a empresa a escolher o nome do primeiro iMac, introduzindo o conceito de colocar o “i” na frente dos nomes, que acabou influenciando em diversos outros produtos futuros (como o iPod, o iPhone e o Gradiente iphone). Ele também participou da equipe que elaborou a famosa campanha Think Different. Ou seja, uma referência no meio publicitário.
Esta semana, Segall postou em seu blog uma opinião no qual somos totalmente de acordo: a Apple erra ao adotar a denominação “S” no iPhone.
O problema nem é a letra em si, mas o conceito que este tipo de denominação passa. Segundo o publicitário, ao colocar o nome de iPhone 4S e, possivelmente iPhone 5S, a mensagem subliminar que a empresa está passando é a de que é um aparelho intermediário entre a geração passada e a próxima, sem muitas novidades. É praticamente “o modelo velho com algumas melhorias“. E esta impressão é comprovada pelo histórico de comentários de nossos leitores no lançamento do iPhone 4S. A maioria realmente acredita que é apenas um “modelo de transição“.
Nós aqui no Blog não poderíamos estar mais de acordo com Segall. Sempre fomos contra o uso do S na denominação de novos aparelhos, a ponto de perdermos uma aposta de tão absurda que a ideia nos parecia. E por mais piegas que possa parecer, a frase “isso não aconteceria com Steve Jobs” parece se aplicar bem neste caso.
Todas as vezes que a letra S foi aplicada ao nome do iPhone, era Tim Cook quem estava no comando. Em 2009, Jobs estava de licença médica quando a Apple lançou o novo iPhone com o nome 3G S (separado assim mesmo). A desculpa do S era a velocidade (Speed em inglês). A primeira coisa que Jobs fez quando voltou ao comando foi juntar as letras e estabelecer que o nome ficaria sendo 3GS, que é menos ridículo.
Quando foi lançado o iPhone 4S, Jobs já tinha pedido demissão da Apple e as decisões eram completamente feitas por Tim Cook, que adotou novamente o S no nome do iPhone. Muitos brasileiros fizeram piada com a pronúncia “for ass“, mas aparentemente os americanos não acharam a mesma graça. A desculpa era que o “S” significava “Siri“.
Agora, muitos acreditam que Cook seguirá a mesma lógica com o próximo iPhone, que pode se chamar 5S. Mas Segall acha uma péssima ideia, pois passa uma imagem de “fraqueza” ao aparelho.
Segundo ele, dar o nome de “iPhone 6” chamaria muito mais atenção e diria ao consumidor que o aparelho realmente mudou, não é mais o mesmo. Não há porque menosprezá-lo dando um nome que o rebaixa. E tem lógica: se formos lembrar do que aconteceu com o iPhone 3GS, muitos na época disseram que ele tinha mudado pouca coisa, que era “basicamente o mesmo aparelho que o iPhone 3G“. Hoje, podemos ver que a diferença entre eles é gritante, tanto que apenas um está ainda à venda no mercado. O outro nem recebe mais atualizações do iOS desde o 4.2.
Ken Segall é um brilhante profissional e concordamos totalmente com seus argumentos. Dar este tipo de nomenclatura ao iPhone é menosprezar o aparelho e, do ponto de vista do marketing, é um erro.