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Agora é a vez de atacarem a tela oleofóbica do 3GS. Por que?

Oleophake

Toda vez que se aproxima uma grande apresentação da Apple, como WWDC ou Macworld, uma onda de boatos invade a internet. Já estamos acostumados com isso. A novidade é que parece que está surgindo uma nova “categoria” de boatos, a de “pós-lançamento” de um produto. Vamos procurar entender como funciona esta “indústria de rumores”, que acredite se quiser, faz gerar bastante dinheiro.

Os boatos são alimentados por dois grandes fatores.

O primeiro fator é o estranho fenômeno dos “15 minutos de fama anônima“. Pessoas que tem o prazer de criar imagens falsas de produtos que não existem, para ver se a maior parte do mundo acredita. É a versão moderna do trote telefônico, que atinge um número muito maior de pessoas.

O segundo fator que contribui muito com a divulgação deste tipo de “notícia” é o interesse dos sites em atrair público, não importando a qualidade da informação. Porque por incrível que pareça, rumores chamam muito mais a atenção do que notícias triviais, não importando se eles são verdadeiros ou não. As pessoas adoram sonhar. E é muito difícil um editor barrar um rumor quando vê que seu concorrente o publicou e está chamando a atenção com isso. E como visita gera dinheiro de publicidade, eles publicam sem questionar a notícia. Afinal, questioná-la seria o mesmo que matar a Galinha dos Ovos de Ouro.

Ou seja, nesse ecossistema perfeito, temos quem gosta de criar notícia e quem a usa para se promover. No fim da corrente, o leitor, com uma sede interminável de informação que quer acreditar em tudo o que lê. O que faz tudo isso funcionar é que este último tem memória curta e depois de duas semanas já não lembra mais da mentira publicada.

E repare que nem vamos citar os casos de notícias falsas plantadas pela concorrência para descredibilizar um bom produto.

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O que parece estar acontecendo é que começam a surgir vários rumores pós-lançamento do iPhone 3GS. O primeiro foi o da mudança de cor nos modelos brancos, criado por dois franceses (que muito provavelmente se conhecem). Isso gerou artigos em sites do mundo inteiro, afirmando que o telefone sofria de superaquecimento. Há casos de editores que exigiram em seus textos que a Apple fizesse um recall imediato de todos os 3GS, antes que fosse tarde. Na carona, chegaram a afirmar que a Apple confirmou o problema, apenas porque ela atualizou sua antiga página sobre temperatura com o novo modelo, numa demonstração de que um boato pode gerar outros.

Agora surge um outro desses boatos. Um alemão reclamou em um fórum que depois de duas semanas a tela oleofóbica (anti-gordura) do seu novo 3GS estava deixando marcas, como na foto no início deste artigo. Foi o suficiente para que sites do mundo inteiro aclamassem que o sistema anti-gordura não era perfeito e que depois de pouco tempo deixava marcas.

Marcas na tela do 3GS

A quem interessa esse tipo de notícia? Aos concorrentes da Apple, é óbvio. Eles, na sua incapacidade em criar um produto a altura do iPhone, adoram quando “notícias” como estas aparecem na internet, porque sabem que a grande maioria dos leitores só lê o título do texto e olham as fotos.

Mas por que o Blog aqui não comentou do problema das telas oleofóbicas como todo mundo fez?
Porque aconteceu apenas UM caso, e isso não caracteriza exatamente uma notícia. Além disso, a Apple pediu para o alemão para que ele levasse o aparelho para que fossem realizadas análises, mas até agora o tal alemão não entregou o aparelho à Apple. Ou seja, a probabilidade que seja isso uma mentira é maior do que a de ser verdade.

Se você costuma ler outro site que publicou esta “notícia” e não se questionou sobre isso, é melhor você começar a rever suas leituras…

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