O Controle Parental no iOS precisa evoluir, dizem acionistas da Apple
Empresa já avisou que virá novidades nas próximas versões do sistema
Desde os primórdios do iPhone até há bem pouco tempo, os controles parentais do iOS eram considerados o padrão da indústria tamanha a sua qualidade e cuidado. Eles ofereciam uma grande gama de controles para os pais regularem o uso do iPhone e iPad por crianças, permitindo bloquear aplicativos, compras na App Store e visualização de conteúdo adulto em músicas, filmes e sites. Porém, novos problemas e distrações para as crianças surgiram desde então e muitos destes controles já não são tão efetivos nestes novos tempos.
Dois grupos de investidores em ações da Apple publicaram no final de semana uma carta aberta pedindo para a Apple voltar a evoluir os Controles Parentais para que eles se encaixem melhor ao mundo digital de hoje.
Realmente o mundo mudou bastante nos últimos anos. O crescimento das redes sociais e o aumento do uso dos smartphones por crianças e adolescentes trouxe um grande número de “novos problemas” que os antigos controles parentais não consideram.
Na carta aberta, eles citam que:
- professores afirmam que o número de estudantes que são negativamente distraídos pela tecnologia digital aumenta cada vez mais, prejudicando diretamente a aprendizagem;
- estudos apontam que jovens que passam 5 horas ou mais por dia em dispositivos eletrônicos aumentam em 73% o risco de suicídio que aqueles que passam apenas 1 hora por dia;
- os mesmos estudos apontam que jovens que usam intensamente as redes sociais possuem 27% mais chances de desenvolverem depressão do que aqueles que gastam a mesma média de tempo praticando esportes ou saindo com os amigos;
- jovens que passam mais de 5h por dia manipulando dispositivos eletrônicos possuem 51% a mais de chances de dormirem menos de 7h por noite, o que pode provocar aumento de peso e problemas de pressão alta.
Os investidores pedem para a Apple dar mais atenção a isso, implementando novas funções de controle, informando melhor os pais para que eles tenham consciência de como cuidar com o que seu filho consome digitalmente. Também pedem para a empresa realizar um estudo sobre o uso intenso de celulares para a saúde mental dos usuários.
* Esse último é como pedir para a indústria do tabaco realizar um estudo sério sobre o mal que a nicotina faz ao corpo humano…
A Apple respondeu nesta terça (9), através de alguns sites de notícias como WSJ e Bloomberg. Ela disse que implementará em breve novidades no controle parental.
Pensamos profundamente sobre como nossos produtos são usados e o impacto que eles têm sobre os usuários e as pessoas ao seu redor. Nós levamos essa responsabilidade muito a sério e estamos comprometidos em atender e superar as expectativas dos nossos clientes, especialmente quando se trata de proteger as crianças.
A Apple sempre teve cuidado com crianças e nós trabalhamos duro para criar produtos poderosos que inspiram, entretenham e eduquem, enquanto também ajudamos os pais a protegê-las do mundo on-line. Temos novas funções e melhorias planejadas para o futuro, para adicionar funcionalidade e fazer com que essas ferramentas se tornem ainda mais robustas.
A resposta foi meio vaga, mas a empresa pareceu preocupada em responder os acionistas, o que pode significar reais melhorias no futuro. É possível que já no iOS 12 (previsto para ser lançado em setembro) tenhamos novidades a respeito disso, com melhoras significantes.
É curioso notar que a concorrência também não está fazendo muito para mudar este cenário. O Google consegue ser ainda pior que a maçã em termos de controle parental. A Amazon é que se sobressai, com algumas evoluções apresentadas nos últimos anos. O Kindle Fire, por exemplo, permite que os pais gerem relatórios de uso para saber como a criança usou o aparelho durante o dia, dando assim condições de tomar decisões ou impor regras mais rígidas no uso do dispositivo.