Neste domingo (19), os usuários do TikTok nos Estados Unidos acordaram com uma surpresa desagradável: o app estava bloqueado em todo o país.
Por algumas horas, milhões de pessoas ficaram sem acesso à plataforma que faz parte do dia a dia de tantos americanos.
Mas, antes que o impacto se espalhasse, o aplicativo voltou a funcionar, graças a uma manobra política de última hora.
Por que o TikTok foi banido?
A proibição do TikTok foi motivada pelo “Protecting Americans from Foreign Adversary Controlled Applications Act” (PAFACA), uma lei aprovada em 2024 que exige que a ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok, venda suas operações nos EUA para uma companhia americana.
A justificativa do governo é proteger os dados dos usuários e evitar que a China use o app para influenciar ou espionar os americanos.
A decisão ganhou força em meio às tensões comerciais entre os dois países.
Além disso, a Suprema Corte destacou que empresas chinesas devem cooperar com o governo da China em questões de inteligência, o que levantou ainda mais preocupações.
O que aconteceu no domingo?
Com a ByteDance se recusando a vender o TikTok até o prazo final, a lei entrou em vigor e o aplicativo foi banido no país.
Quem já tinha o TikTok instalado viu uma mensagem dizendo que o serviço estava indisponível, e o app foi retirado das lojas da Apple e Google.
Provedores de internet também foram orientados a bloquear o acesso ao app, sob ameaça de multas. Aqui no Brasil isso pode até já ser normal, mas nos EUA é a primeira vez que algo do tipo acontece.
Mas essa “pausa” não durou muito. Ainda no domingo, o presidente eleito fez um anúncio prometendo emitir uma ordem executiva para adiar a aplicação da lei por 90 dias.
Segundo ele, isso daria tempo para negociar uma solução que garantisse a segurança dos dados sem prejudicar os usuários.
Com isso, o TikTok voltou a funcionar para quem já tinha o aplicativo instalado, mas ele continua indisponível na App Store.
E agora?
Essa trégua de 90 dias abre espaço para negociações, mas o futuro do TikTok nos EUA segue incerto.
O governo pode tentar convencer o Congresso a revogar a lei, mas a tarefa não será fácil, já que ela foi aprovada com grande apoio.
Outra alternativa seria a venda da operação americana do TikTok, mas a ByteDance não parece disposta a fazer isso. Inclusive, houve rumores (falsos?) de que Elon Musk, dono da rede X, teria discutido a compra do app, mas nada foi concretizado.
Enquanto isso, a ByteDance aposta no diálogo com o novo governo, tentando ganhar tempo e encontrar uma saída que não envolva a venda da plataforma.
Em outros países, como o Brasil, o aplicativo continua disponível, funcionando normalmente.
Mas caso você esteja de passagem pelos Estados Unidos e não quer deixar de ter acesso aos vídeos de dancinhas, pode sempre ter acesso a conteúdos bloqueados através de uma VPN de confiança.
Queria muito um artigo do BDI sobre a Apple e o governo Trump. Lembro vagamente como foi a relação no primeiro mandato dele, mas o contexto de hoje é muito mais radical do que era em 2016 e considerando como a Apple sempre teve políticas progressistas, estou curioso.
Sem falar do Zuck abrindo as pernas com tanta antecedência pra se alinhar com o discurso problemático do republicano…
Rafael, infelizmente você vai ter que ficar somente na vontade de ver um artigo no BDI sobre o governo Trump. Ou o governo Lula, ou qualquer outro governo. E vou ser sincero sobre o motivo: me estressa demais qualquer discussão política aqui.
As razões o próprio Carlos já citou: hoje em dia é praticamente impossível manter um debate saudável e produtivo quando se trata de polaridade. Seja qual for sua posição política, você vai apanhar ao defendê-la na internet. Como o objetivo do BDI é informar e não ficar brigando ou levantando bandeiras, eu evito este tipo de assunto.
Decidi isso quando falei mal do imbecil do Musk (pelo que ele é desde antes do Trump), e aí os muskzetes levaram para o lado político, como se eu estivesse tomando uma posição política, quando na verdade eu só estava dizendo que ele era um babaca, já desde o tempo que ele era do partido Democrata.
Então evito.
Quanto à posição das Big Techs no governo Trump, todas irão tentar se alinhar com ele, não por concordarem com seus atos, mas por sobrevivência mesmo. Empresas não são pessoas e sempre focam em DINHEIRO para sobreviverem. Então é um erro esperar posições políticas de empresas, pois elas vão focar no que é melhor para os negócios naquele momento.