Apple

A paz durou pouco: bloqueio chinês ameaça produção de iPhones fora do país

Depois de alguns dias de alívio com a notícia de que a Apple foi isentada da tarifa de 145% sobre importações da China, um novo capítulo da guerra comercial entre os dois países volta a ameaçar a estabilidade da cadeia de produção de seus produtos.

Na sexta-feira (11), os EUA anunciaram que smartphones, laptops e outros eletrônicos ficariam fora das chamadas “tarifas recíprocas” impostas pelo governo Trump.

Isso significava que a Apple, que ainda concentra boa parte de sua produção na China, não enfrentaria um aumento imediato nos custos totais de importação de seus dispositivos — um respiro bem-vindo em meio à pressão inflacionária e à preparação para o lançamento de novos modelos no segundo semestre.

Mas nesta segunda-feira (14), veio o balde de água fria: a China decidiu suspender as exportações de uma série de minerais raros — insumos essenciais para a fabricação de componentes eletrônicos usados em iPhones, iPads, Macs e acessórios como o MagSafe.

O que está em jogo

A lista inclui elementos como neodímio, disprósio e térbio — usados, por exemplo, nos ímãs presentes em motores vibratórios (como o Taptic Engine), nos sistemas de carregamento por indução e até nos alto-falantes internos dos dispositivos.

Mesmo que muitos desses itens sejam montados na própria China, a Apple tem buscado descentralizar sua produção, com destaque para a fabricação de iPhones na Índia.

E é aí que mora o problema: os componentes enviados para fábricas fora da China — como na Índia ou no Vietnã — agora precisam de uma licença especial para serem exportados, e o processo é demorado e pouco transparente.

Estima-se que essa autorização possa levar de seis semanas a vários meses para ser aprovada, o que coloca fabricantes em estado de alerta máximo.

A Apple tem saída?

Nos últimos anos, a Apple tem investido fortemente em reciclagem de materiais. Em 2023, a empresa anunciou que todos os seus ímãs seriam feitos com terras raras recicladas até 2025.

Essa iniciativa ajuda — mas ainda está longe de cobrir toda a demanda.

Enquanto isso, fornecedores fora da China estão correndo para estender ao máximo os estoques que têm em mãos.

Mas, dependendo da empresa e do tipo de componente, essa reserva pode durar apenas algumas semanas. Quando acabar, será necessário pausar linhas de produção — o que pode afetar diretamente a disponibilidade de produtos e cronogramas de lançamento.

Um 2025 de incertezas

Com a pressão tarifária nos EUA, instabilidades no fornecimento de matérias-primas e uma série de desafios internos — como a reestruturação da Siri e a expectativa em torno do iOS 19 —, a Apple entra no segundo trimestre de 2025 sem muito espaço para erro.

Além de todos os problemas de imagem após o fiasco da Apple Intelligence e a pressão cada fez maior de apresentar algo convincente e estável, as condições econômica nos EUA pioram a situação da empresa de Tim Cook.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
 
//