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Foi pensando em seus filhos que Steve Jobs autorizou a realização de sua biografia

Jobs nunca tinha dado autorização para escreverem uma biografia dele, até que no início deste ano todos se surpreenderam com o anúncio do livro “Steve Jobs, uma biografia” (na verdade, o nome original era “iSteve: o livro de Jobs”, que foi alterado para ficar mais Jobs-like). A mudança de posição não foi nenhuma vaidade pós-morte não, mas um desejo de fazer com que seus filhos conhecessem mais a vida dele.

Quem revela isso é o próprio escritor, Walter Issacson, que fez a última entrevista há duas semanas. Ele conta que a intenção de Jobs em realizar a biografia era deixar uma explicação aos seus filhos:

Com esta biografia, quero que meus filhos me conheçam melhor. Não fui um pai muito presente e quero que eles saibam porque, fazendo-os entender o que eu fiz.

É verdade que, para nós, é fácil imaginar Steve Jobs sempre trabalhando e criando coisas maravilhosas para os usuários usarem. Mas nem sempre é possível se dedicar a um sonho e, ao mesmo tempo, dar atenção à família.

Steve Jobs ficou sabendo ainda em fevereiro que estava em estado terminal. Seu médico disse que ele deveria se preparar para a hora final, pois não lhe restavam muitos meses.

Mesmo assim, ele não parou de trabalhar. Eu mesmo, em conversas com amigos da equipe aqui do Blog, comentei este ponto: o que me dava esperanças é que ele ainda estava trabalhando, pois ninguém que sabe que vai morrer vai ficar se preocupando em trabalhar. Nesses momentos, o mais importante é a família.

Infelizmente, eu estava errado. Jobs trabalhou até o momento que pode, inclusive apresentando ele mesmo a WWDC em junho. Um dia depois, ainda foi em uma reunião do Conselho Municipal de Cupertino defender a implantação de um novo campus para a Apple. Por que gastar um tempo assim precioso defendendo algo, se você sabe que, poucos meses depois, não iria mais ver nada daquilo?

Paixão, esta é a resposta. Ele sempre fez o que seu coração mandou, o que realmente gostava de fazer. Com isso, ele mostrou que seguia a risca o que ele mesmo defendeu em seu famoso discurso de Stanford:

Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo o que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama. Seu trabalho vai preencher uma grande parte de sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando. Não sossegue.

Esteja sempre faminto, seja sempre louco.

fonte: NYTimes

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