2009ARQUIVOOpinião

Operadoras brasileiras vendem menos iPhone do que esperavam. De quem é a culpa?

Vendas

A Folha Online publicou hoje uma matéria que fala sobre a suposta desilusão das operadoras brasileiras com as vendas do iPhone no país, que não teriam passado de 200 mil unidades. Em agosto, o Instituto Gartner divulgou uma estimativa de 176 mil aparelhos oficiais vendidos. Para as operadoras, as vendas foram 30% abaixo do que se esperava.

Mas de quem é a culpa? Com estoques escassos, pode-se dizer realmente que “o iPhone é um fracasso” ou o mais correto seria dizer que o fracasso foi na estratégia de venda?

Quem não lembra da loucura que foi para encontrar um iPhone 3GS na época de seu lançamento? E das dezenas de clientes que saíram irritados das lojas, de mãos abanando, porque a operadora se recusava a vender um aparelho para quem não era cliente? Como que a venda que qualquer produto pode ter sucesso se centenas de consumidores que querem comprá-lo, não conseguem?

E os preços? Com preços nas alturas, muito maior do que comprar no exterior, como fazer com que ele vire um sucesso no Brasil? Segundo o mesmo artigo da Folha, foi apurado (??) que “um dos motivos do valor elevado, foi imposição da própria Apple, que tentou elitizar o produto“. Ora, não quero ser ingênuo de pensar que isso não seria possível, mas algumas atitudes não parecem confirmar esta teoria. Primeiro que é estranho de imaginar que a maçã siga uma estratégia no Brasil contrária da que aplica no resto do mundo, o de popularizar o iPhone com preços não tão altos. Por que ela iria querer elitizar o aparelho, ainda mais com seus planos crescentes de investimentos no país (vide Apple Online Store)?

As operadoras dizem que a Apple teria vendido cada aparelho pelo preço de US$600, enquanto que o preço normal para a AT&T é de US$400. Por um “esforço de marca“, elas aceitaram. Humm…

Vender o iPhone mais barato no Brasil é possível? Claro que é. Prova disso são os preços que a Vivo praticou na primeira semana de vendas e depois aumentou para que ficassem parecidos com os da concorrência. Por que isso?

Segundo algumas informações de bastidores, a Oi também vai entrar na disputa e vender o aparelho no Brasil, mas com preços similares aos da concorrência, por pedido da própria Apple. Se isso for verdade, parece que o que há é uma espécie de contrato firmado onde não permite que se baixe o preço do aparelho, formando quase um cartel entre as operadoras.

A grande pergunta é: quem determinou as cláusulas deste contrato? A Apple ou as operadoras? Eu tenho o meu palpite.

No final da história, a única coisa que não dá para dizer é que foi “um fracasso do iPhone no Brasil”. Até porque, apesar de todos os esforços que as operadoras (e/ou a Apple) parecem fazer para não vender o aparelho, é de se admirar que ainda exista tanta gente comprando diariamente novos iPhones.

Botão Voltar ao topo