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Testamos o Opera mini no iPhone: é como voltar a 2007…

A notícia que empolgou muita gente ontem a noite (inclusive abalando nosso servidor) foi a liberação na App Store do aplicativo Opera mini, um navegador que pela primeira vez não usa as ferramentas da Apple (leia-se ‘Safari‘) para acessar a web. Aclamado como o mais rápido browser para iPhone, ele peca em vários pontos. Vamos tentar detalhar cada um deles.

Uma coisa é certa: realmente ele é muito rápido em carregar páginas, isso porque ele comprime o código dos sites e elimina scripts. Ou seja, ele é ainda mais limitado em termos de acesso a conteúdo que o Safari, em troca de uma maior velocidade. Para quem só quer saber de acessar conteúdo da maneira mais rápida possível, gastando menos a rede de dados, a solução é ideal.

Não é de hoje que o Opera mini é assim. A navegação me lembrou muito meus tempos de Sony Ericsson, em que eu usava o mesmo navegador para acessar a web. Em outubro de 2007 foi lançada uma versão que fazia zoom em pedaços da página, para imitar a experiência do então badalado iPhone. Não era a mesma coisa, mas já era melhor do que se tinha nativamente no aparelho.

Pois a mesma experiência continua, só que quando aplicada no iPhone, perde o sentido. O zoom com o movimento de pinça não existe; basta simplesmente tocar na parte da página que se quer para que ela aumente. Mas este aumento, assim como o scroll do resto, não é tão preciso e suave quanto o do sistema nativo.

Outra coisa que incomoda é que,

Outra das consequências chatas da limitação extrema de recursos (e ao meu ver, meio decepcionante) é a impossibilidade de assistir vídeos incorporados nos sites. Você é obrigado a sair do aplicativo e ir para o Safari para isso.

Outro ponto que mata a vontade de torná-lo padrão no aparelho: ele ignora os atuais padrões do webkit, fazendo com que páginas feitas especialmente para o iPhone pareçam ser visualizadas no Internet Explorer 6, sem os cantos arredondados e a suavização das fontes.

A sensação do usuário é que ele não está em um iPhone, mas em um outro aparelho que tenta fingir ser um. Talvez essa tenha sido a grande razão da Apple ter aprovado o Opera: mostrar ao público que fugir muito do seu padrão significa também perder a riqueza da experiência que a Maçã tanto se preocupou em desenvolver. O Opera hoje, como está, foge de vários padrões que justificariam a sua reprovação.

Claro, talvez ainda esteja muito cedo para tirar conclusões definitivas. A abertura de páginas abertas em abas é realmente uma boa ideia e até funciona muito bem, mas vários outros pontos precisam ainda ser aprimorados e até mesmo consertados para que ele ameace a soberania do Safari.

De qualquer forma, apenas a vitória do Opera em si já é significativa, podendo abrir as portas para várias outras possibilidades. :)

Se você quiser tirar suas próprias conclusões e experimentar o Opera, ele é gratuito na App Store (link).

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