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Operadoras não querem que o chip de celular evolua

Em um mundo que a tecnologia caminha a passos largos, com mudanças significantes a cada 5 anos, você não acha estranho os chips de operadora manterem o mesmo padrão e tecnologia por quase três décadas? A última grande mudança no padrão aconteceu em 2012 e foi apenas uma redução de tamanho. A parte útil do chip não mudou nada, tanto que basta você pegar um cartão SIM de qualquer tamanho e cortá-lo do tamanho do nano-SIM, e funcionará normalmente nos novos iPhones.

Esta lentidão tecnológica pode estar sendo causada pelas próprias operadoras, e é isso que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando.

A Apple sempre foi uma das incentivadoras do progresso do cartão SIM, tanto que foi a grande responsável pela redução de tamanho. Foi ela quem popularizou o formato micro-SIM no iPhone 4 e o nano-SIM no iPhone 5, transformando-os em padrão de mercado. Agora, é uma das mais ferrenhas defensoras do eSIM, que pode vir embutido nos aparelhos e promete ser o futuro. O novo Apple Watch Series 3 com LTE (vendido nos EUA e outros países) possui um eSIM interno.

E é justamente a maçã, junto com outras empresas, que estão reclamando que as maiores operadoras dos EUA, a AT&T e a Verizon, estão pressionando para que os aparelhos com eSIM sejam vendidos bloqueados com uma única operadora, o que descartaria a grande vantagem do formato, que e a de facilitar a portabilidade.

GSM Association (GSMA), que é quem regula o padrão, também está sendo acusada de ser permissiva com as operadoras ao aceitar a opção de bloqueio, mesmo com a forte pressão contra dos fabricantes.

No Brasil parece que a história não é muito diferente. No país, ainda nenhuma operadora é compatível com o eSIM e não demonstram sequer indícios de que teremos a tecnologia em um curto prazo.

As operadoras sempre foram as que mandaram no mundo mobile. Quando a Apple decidiu lançar o primeiro iPhone, Steve Jobs teve que ser duro e firme para não deixar que a AT&T se metesse no desenvolvimento do aparelho (eles quase exigiram que o primeiro iPhone tivesse um botão externo só para tirar fotos), nem entupisse o sistema com aplicativos da operadora. Mesmo com a vitória de Jobs, o iPhone recebeu muitas críticas nos primeiros meses, com operadoras do mundo todo achando um absurdo a “arrogância da Apple” em ser ela a ditar as regras, não as teles.

Os celulares poderiam hoje estar em um patamar muito mais avançado tecnologicamente, se não fosse este domínio das operadoras. Será que um dia conseguiremos nos comunicar sem elas?

Fonte
The New York Times
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