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Para Tim Cook, telas OLED não são boas na saturação de cor e no brilho

Tim Cook

Ontem, Tim Cook participou da conferência anual do banco de investimentos Goldman Sachs, como já tinha feito no ano passado e usou a oportunidade para falar de algumas coisas da Apple. Nada de revelar segredos, mas apenas alinhar a forma de como a Apple pensa sobre determinados assuntos.

Por exemplo, telas OLED. Tim Cook praticamente descartou o uso nos próximos anos desta tecnologia, adotada por alguns concorrentes.

Eu não quero dizer o que iremos ou não fazer. A forma como as empresas competem [atualmente] envolvem dois fatores: especificações e preços. No negócio de câmera fotográficas, eles dizem: “Eu tenho os maiores megapixels”. Você sabe a velocidade de um processador AX? Será que realmente importa no final das contas? Você quer uma experiência fabulosa quando você usa o produto. Se você olhar para as telas [dos smartphones], algumas empresas estão focadas no tamanho. Mas há outras coisas sobre a tela que são importantes. Alguns usam displays OLED, mas a saturação de cor é horrível. Se você comprar coisas online, você deve pensar duas vezes antes de depender da cor da dislay OLED. A tela Retina é duas vezes mais brilhante que uma tela OLED. Eu só levanto estes pontos para dizer que há muitos atributos [a serem considerados] sobre as telas. A Apple analisa cada detalhe, pois queremos a melhor tela. Eu acho que nós temos isso.

Sobre planos para o futuro, Tim Cook não revelou muita coisa:

Eu não vou comentar sobre o que vamos fazer no futuro. Nossa única fé é que temos de fazer algo grande. Queremos melhorar a vida das pessoas.

Cook também disse que a Apple não é do tipo de empresa que sacrifica a qualidade do produto para reduzir o preço do aparelho, como outras fazem.

Estamos nos movendo para tornar as coisas mais acessíveis [economicamente]. Em vez de dizer “como podemos baratear o iPod para diminuí-lo”, preferimos dizer “como podemos fazer deste um ótimo produto”, e somos capazes disso. É a mesma coisa, mas em um conceito diferente em alguns aspectos.

Uma revelação interessante: na surdina, a Apple está comprando outras empresas, na média de uma por mês. Pequenas, mas com grande potencial ou que possuem patentes que possam virar produtos de sucesso.

Tim revela o foco que a Apple está tomando: o setor de tablets é a mãe de todos os mercados. A companhia acredita muito na “era pós-PC” (termo popularizado por Steve Jobs) e acha que é o caminho natural das coisas, mesmo que o iPad esteja canibalizando até o mercado de Macs.

A verdade é: nós realmente não nos preocupamos sobre canibalização. Nossa crença básica é: Se nós não canibalizarmos, alguém o fará. No caso do iPad particularmente, eu diria que o mercado de PCs com Windows é enorme e há muito mais lá para canibalizar do que há no Mac.

A Apple não pode querer impedir que o sucesso do iPad prejudique o Mac, porque este é o caminho que todos seguirão, mais cedo ou mais tarde. Não dá para cometer o mesmo erro da Kodak, que na década de 70 criou uma das primeiras câmeras digitais da história, mas abandonou o projeto porque isso iria “prejudicar o mercado de filmes fotográficos“. No fim, a evolução do mercado acabou passando por cima dela, com um produto que ela poderia ter sido a pioneira.

Por fim, Cook observou que os mercados em expansão, como a China e o Brasil, vão ser os grandes atores no crescimento futuro e a empresa está apostando em sua capacidade de atrair clientes para o ecossistema da Apple com o “efeito halo”. Ou seja, conhecer a marca através de um produto menor.

Isto já acontece no Brasil desde a introdução do iPhone, em que milhares de brasileiros começaram a conhecer a Apple por causa dele e, depois de usarem e se apaixonarem, começaram a comprar outros produtos da marca. Por isso mesmo, não é raro encontrar muita gente que hoje tem Macs por que compraram e se apaixonaram por um iPod, um iPhone ou um Mac.

Neste ponto, o discurso de Cook é bonito e tem muito sentido, mas ainda esperamos um olhar mais atencioso da Apple para o Brasil. O escasso envio de iPhone 5 para cá (nem mesmo a Apple Store Online vende o aparelho) e diversos outros pontos (como a falta de suporte do Siri ao português) nos faz ainda duvidar que a empresa tenha começado realmente a considerar nosso país com mais carinho.

Com informações do AppleInsider

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